"O CDS é um partido que tem uma travessia longa pela frente até ao regresso à Assembleia da República e tem muito bem identificado o contacto com as pessoas como uma ferramenta fundamental que ajudará a compensar a falta de outras coisas", afirmou, em declarações à Lusa, Nuno Melo.
O presidente do CDS-PP, que falava à margem da Viagem Medieval, que decorre em Santa Maria da Feira (no distrito de Aveiro), destacou a importância destes momentos para o CDS, partido que, ao contrário de outras forças políticas, não tem representação parlamentar e "exposição mediática diária".
"O CDS é hoje um partido com menos exposição mediática e tem de ser mais inventivo na forma como se relaciona com as pessoas porque tem de ir ao encontro de quem vota", afirmou, recordando que num "momento igualmente difícil para o CDS", Paulo Portas viu nas feiras e mercados uma oportunidade para contactar com as pessoas.
A par do contacto com os eleitores, Nuno Melo esclareceu que a visita à Viagem Medieval pretendeu também marcar presença em "distritos absolutamente cruciais" para o partido, dando como exemplo os distritos de Aveiro e do Porto, "onde o CDS conta com muitos autarcas".
Nuno Melo disse ainda confiar que o CDS irá recuperar a sua representação na Assembleia da República, ainda que o caminho seja "lento e persistente".
"Acho que o CDS tem quadros, autarcas, estruturas, dirigentes locais e regionais e um gabinete no parlamento europeu que nos permite encarar estes ciclos todos com otimismo, sem desconhecer dificuldades ou pintar o mundo com cores que ele não tem", acrescentou.
À Lusa, o presidente do CDS-PP adiantou ainda que este ano o partido terá uma "reentre muito particular", agendada para o final da manhã de 09 de setembro no Largo das Caldas, na sede do CDS em Lisboa.
Este ano a reentre será virada, disse, "para a discussão de ideias e com sinais políticos relevantes como o de juntarmos militantes, independentes e ex-presidentes do partido".
"A ideia é termos um programa ágil que adapte o CDS ao desafio do século XXI, juntando alguns dos nossos maiores nomes da história mais recente do partido, juntamente com independentes e militantes no Largo das Caldas. É uma manifestação da presença de um partido que conta", afirmou.
Nuno Melo disse ainda que o CDS "não tem tempo, nem energia para se esgotar em questões internas (...) que nada interessam neste ciclo político".
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