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Eleições na Madeira. Eis os cabeças de lista das 13 candidaturas

Eleições legislativas regionais da Madeira realizam-se a 24 de setembro.

Eleições na Madeira. Eis os cabeças de lista das 13 candidaturas
Notícias ao Minuto

15:28 - 09/09/23 por Lusa

Política Eleições na Madeira

Perfis dos cabeças de lista às eleições legislativas regionais da Madeira de 24 de setembro, segundo a ordem do boletim de voto:

1 - PTP: O atual líder que não rejeita o histórico de José Manuel Coelho

O empresário José Quintino Mendes Costa, ex-militante do PCP e eleito presidente do PTP na Madeira em 2019, encabeça uma candidatura que visa o regresso do partido ao hemiciclo da Assembleia Legislativa.

Natural do concelho de Câmara de Lobos, nascido em maio de 1974, Quintino Costa começou a sua atividade política no PCP no início da década de 1990 e foi militante até 2011. Abandonou o partido por "divergências".

É licenciado em Ciências Sociais, com especialização em Sociologia, e exerceu vários mandatos na Assembleia Municipal de Câmara de Lobos pela CDU (PCP/PEV).

Quando deixou o PCP começou a colaborar com o Partido Trabalhista Português (PTP), liderado pelo controverso político José Manuel Coelho, e exerceu as funções de assessor, deputado e secretário-geral até ser eleito presidente da estrutura partidária.

O PTP teve três deputados no parlamento regional entre 2011 e 2015. No mandato seguinte ficou reduzido a um parlamentar e nas eleições de 2019 ficou fora do hemiciclo.

O partido "não rejeita o histórico de luta e combate à ditadura na Madeira" protagonizado por José Manuel Coelho, que, entre outros momentos polémicos, desfraldou uma bandeira nazi numa sessão plenária para contestar o "regime ditatorial" na região.

Embora admita algumas dificuldades, o PTP pretende nestas eleições "regressar ao parlamento para estar ligado à população da Madeira e à autonomia", diz Quintino Costa.

2 - JPP: Arqueólogo vai a eleições num clima de crispação entre fundadores do partido

O arqueólogo Élvio Sousa volta a encabeçar a lista do Juntos pelo Povo (JPP), o partido que surpreendeu nas regionais de 2015, ao conseguir eleger na sua estreia cinco deputados, e ficou reduzido a três representantes nas eleições seguintes.

Élvio Sousa é presidente da Junta de Freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, município governado pelo seu irmão, Filipe Sousa, considerado o 'pai' desta força política, que começou por ser um movimento de cidadãos.

Deputado na Assembleia Legislativa há oito anos, o arqueólogo, com 45 anos, também desempenha o cargo de secretário-geral do partido e apresenta-se a mais um sufrágio num clima de crispação com o irmão, o presidente do JPP, que recusou integrar a candidatura por ter sido relegado para segundo lugar na lista.

Élvio Duarte Martins Sousa foi um dos principais impulsionadores da intervenção de cidadãos na política regional que permitiu afastar o PSD da liderança do concelho de Santa Cruz.

Também é licenciado em História e mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, investigador do Centro de História de Aquém e de Além-Mar, da Universidade Nova de Lisboa, e está ligado ao projeto do Núcleo Histórico do Solar do Ribeirinho, em Machico.

Na Assembleia Legislativa, tem defendido uma forma "positiva" de fazer política, assumindo um papel "fiscalizador" da atuação do Governo Regional.

3 - BE: Ex-coordenador tenta recuperar presença no parlamento regional

O Bloco de Esquerda (BE) aposta no seu antigo deputado regional e ex-coordenador Roberto Almada como cabeça de lista nas eleições do dia 24 para regressar à Assembleia da Madeira.

Roberto Almada estreou-se na vida política regional em 1999, mas só ocupou o lugar de deputado em 2008 para substituir o historio líder da UDP/Madeira Paulo Martins - eleito pelo BE nas regionais de 2004 e de 2007 e obrigado a abandonar a vida política por motivos de saúde.

O Bloco de Esquerda perdeu a representação parlamentar na legislatura 2011-2015 e Roberto Almada voltou a ocupar um lugar no hemiciclo na legislatura 2015-2019, quando o BE reforçou a sua posição e elegeu dois representantes.

Em 2019, o partido não conseguiu qualquer deputado.

Depois de ter coordenado o BE na Madeira durante cerca de uma década na região, o bloquista afastou-se por algum tempo da vida política quando perdeu as eleições internas em 2018, das quais Paulino Ascensão saiu vencedor.

Técnico superior de Educação Social, com 53 anos, voltou a aceitar o desafio desta candidatura por considerar que "faz falta a voz reivindicativa do Bloco no parlamento da Madeira", manifestando a convicção na eleição de pelo menos um deputado.

4 - PS: Líder regional empenhado em conseguir os votos para "mudar a Madeira"

O gestor e deputado regional Sérgio Miguel Sousa Gonçalves, líder do PS madeirense, é o cabeça de lista do principal partido da oposição na região, tendo por objetivo reunir os votos para "mudar a Madeira".

Sérgio Gonçalves nasceu em abril de 1979 e tornou-se militante socialista em dezembro de 2019, quando foi eleito deputado para a Assembleia Legislativa da Madeira, sendo então o 16.º nome na lista de candidatos.

Nas anteriores eleições, em 2019, o PS/Madeira, numa lista encabeçada por Paulo Cafôfo, conseguiu o seu melhor resultado de sempre ao obter 19 assentos - num universo de 47 - para a Assembleia Legislativa.

Sérgio Gonçalves sucedeu na liderança da estrutura regional do PS a Paulo Cafôfo - atual secretário de Estado das Comunidades -, que se demitiu e renunciou ao cargo de deputado na Assembleia Legislativa da Madeira na sequência do mau resultado nas autárquicas de setembro de 2021.

Nessas eleições, o PS foi afastado da governação da Câmara Municipal do Funchal, que tinha assegurado durante oito anos.

Em termos profissionais, Sérgio Gonçalves tem uma passagem pela empresa Aeroportos da Madeira (2006-2011) e pela Porto Santo Line, do Grupo Sousa, que explora a linha marítima Madeira-Porto Santo (2011-2019).

Também estudou na Universidade de Liubliana (Eslovénia) e na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

"O voto que muda a Madeira" é o lema da sua campanha.

5 - Chega: Líder regional tenta chegada do partido à assembleia

O funcionário público que é líder da estrutura regional do Chega na Madeira, Miguel Castro, encabeça uma lista de candidatos que tem como objetivo assegurar a estreia do partido na Assembleia Legislativa.

Nas anteriores eleições regionais, em 2019, o Chega reuniu apenas 619 votos (0,44%).

Miguel Castro, nascido em janeiro de 1973, é também empresário no setor da restauração e atividades turísticas.

Em 2021 foi o cabeça de lista à presidência da Câmara Municipal do Funchal, num ato eleitoral em que o Chega foi o quarto mais votado.

Foi eleito líder regional desta força política em março de 2022, assumindo uma aposta na "organização e reestruturação" do partido no arquipélago.

O candidato tem mantido o silêncio em relação às iniciativas apresentadas junto do Tribunal Judicial da Comarca da Madeira e do Tribunal Constitucional para inviabilizar a participação do Chega nas eleições de 24 de setembro.

Miguel Castro salienta que o Chega se apresenta "como partido alternativo" e tem como objetivo "só parar na assembleia".

6 - RIR: Professor que esteve ligado ao MPT repete candidatura

O professor do primeiro ciclo Roberto Vieira, que durante anos foi o rosto do Movimento Partido da Terra (MPT) na Madeira, repete a candidatura do Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) nas eleições regionais.

Roberto Paulo Ferreira Vieira, nascido em abril de 1971, deixou o MPT e apresentou-se como primeiro candidato do RIR nas regionais em 2019.

O partido reuniu 1.749 votos (1,25%) e o cabeça de lista falhou o objetivo de regressar ao parlamento madeirense e conseguir a primeira representação do RIR no hemiciclo.

Roberto Vieira é deputado municipal independente na Câmara do Funchal, ocupando a vice-presidência da mesa da Assembleia Municipal do principal concelho da Madeira, por indicação do PSD.

Foi mandatário da candidatura de Vitorino Silva, conhecido popularmente por Tino de Rans, à Presidência da República em 2020.

7 - MPT: Empresário que "ressuscitou" o partido quer eleger dois deputados

O empresário Válter Freitas Rodrigues, que se estreou como candidato do MPT nas regionais de 2019, diz que, depois de ter "ressuscitado" o partido na região, estabeleceu como desafio eleger dois deputados este ano.

Com 42 anos, o candidato conta que entrou para a vida política a convite do MPT para encabeçar a candidatura nas anteriores regionais, tendo concorrido como independente.

O agora militante do Movimento Partido da Terra e coordenador da estrutura regional considera que atingiu o objetivo de recuperar a força do partido depois da demissão de Roberto Vieira, que durante anos foi o rosto desta força política no arquipélago.

Válter Rodrigues, que foi eleito também o único deputado do partido na Assembleia Municipal do Funchal nas mais recentes eleições autárquicas, considera que o MPT já "tem uma equipa constituída na região".

O desafio agora é "eleger dois deputados e o MPT voltar a ter a representação que já teve no parlamento da Madeira".

Válter Rodrigues frequentou o curso de Engenharia Civil na Universidade da Madeira.

8 - ADN: Ex-militante do Chega "traumatizado" encabeça estreia na corrida

O ex-militante do Chega Miguel Pita, rosto de várias manifestações contra o excesso das medidas restritivas contra a covid-19 aplicadas na Madeira, é o cabeça de lista na estreia da Alternativa Democrática Nacional (ADN) em eleições regionais.

Natural do Funchal, nascido em dezembro de 1972 e gerente hoteleiro de profissão, Miguel Pita foi candidato do Chega a uma junta de freguesia em 2021 e nas legislativas nacionais de 2022.

Porém, diz que a sua filiação no Chega foi "pura ilusão, porque é um partido que não pratica o que apregoa": depois de ameaças de expulsão por discordar de coisas pontuais e após cumprir duas suspensões de 180 dias, conta, decidiu "abandonar de livre vontade" aquela força política.

Em 2021, ficou atento à criação da ADN, "o único partido que se expôs contra o exagero das restrições da pandemia", e tornou-se militante, em 2023, após assistir ao congresso do partido.

Em 2020, Miguel Pita foi o organizador de seis manifestações na Madeira contra essas medidas, cuja aplicação ia, no seu entender, além das orientações definidas pela Direção-Geral de Saúde.

Foi convidado para ser cabeça de lista da ADN em fevereiro, mas levou até julho para aceitar, devido "à experiência traumatizante com o Chega".

Vai agora lutar para que o eleitorado lhe dê "a chave da Assembleia Legislativa da Madeira, para não ter de ficar só à porta com cartazes".

9 - PSD/CDS-PP - SOMOS MADEIRA: Albuquerque encabeça primeira corrida eleitoral em coligação

O presidente do Governo Regional da Madeira desde 2015, Miguel Albuquerque, encabeça a primeira candidatura do PSD em coligação com o CDS-PP para tentar assegurar mais uma maioria absoluta na região autónoma.

Nas anteriores eleições regionais, em 2019, o PSD falhou pela primeira vez a maioria absoluta num sufrágio na região, optando por celebrar um compromisso de coligação com o CDS-PP para garantir a sua continuidade na governação.

Nascido em maio de 1961, no Funchal, Miguel Filipe Machado de Albuquerque licenciou-se em Direito e exerceu a advocacia entre 1986 e 1993, altura em que se focou na vida política.

Militante do PPD/PSD da Madeira desde a década de 1980, liderou a JSD madeirense, foi deputado na Assembleia Regional, presidente da Câmara Municipal do Funchal (entre setembro de 1994 e outubro de 2013) e presidente da Associação de Municípios da Madeira, cessando a vida autárquica devido à lei da limitação de mandatos.

Durante algum tempo foi considerado como um "delfim" do carismático líder do partido, Alberto João Jardim, mas os dois acabaram por entrar em confronto e disputaram eleições internas em 2012, nas quais Albuquerque foi derrotado por 142 votos.

Conseguiu o cargo em 2014, quando derrotou o então secretário regional Manuel António Correia.

10 - PAN: Assistente social estreia-se na política

A assistente social Mónica Freitas foi convidada pelo PAN para encabeçar a candidatura às eleições regionais e faz a sua estreia na vida política para tentar conseguir que o partido volte a ter uma representação no parlamento da Madeira.

Inicialmente, com a presença da porta-voz nacional, Inês de Sousa Real, o PAN apresentou como cabeça de lista o presidente da comissão política do partido na Madeira, Joaquim Sousa, mas alterou a sua decisão alegando "uma incompatibilidade". Joaquim Sousa descreveu a situação como uma "golpada".

Nascida em novembro de 1995, licenciada em Serviço Social e em Igualdade de Género, com o curso de técnica de apoio à vítima, Mónica Freitas não tem qualquer experiência em atos eleitorais.

Diz que sempre foi ativista em causas de cariz social - integrou a Comissão Para o Estatuto da Mulher da Organização das Nações Unidas, em 2017, e fundou a associação Womaniza.te.

É militante do PAN desde 2021 e aceitou este "desafio" porque se identifica com as causas e os princípios do partido, considerando que "pode fazer alguma diferença".

11 - Livre: Operador de armazém estreia-se em eleições regionais

O operador de armazém madeirense Tiago Camacho, que anda nas lides políticas desde 2017, é o cabeça de lista na estreia do Livre em eleições regionais, com o objetivo de conseguir representação na Assembleia Legislativa.

Natural do Funchal, com 33 anos, Tiago Camacho já tem alguma experiência em atos eleitorais - encabeçou as listas do partido nas autárquicas, para a Câmara Municipal do Funchal, e pelo círculo da Madeira nas legislativas nacionais antecipadas de janeiro de 2022.

O candidato preconiza uma "Madeira também para os madeirenses", destacando a falta de habitação e os baixos salários como os principais problemas a combater.

Considera que é necessária, na região, uma "alternativa real à atual governação", defendendo o desenvolvimento de políticas de inclusão, a importância de uma preocupação ambiental e uma transformação real do pensamento social.

O objetivo da sua candidatura é conseguir cerca de 3.000 votos e assim obter um mandato no parlamento regional.

12 - CDU (PCP/PEV): O padre que trocou a religião pela política vai novamente a votos

O coordenador do Partido Comunista Português da Madeira, que continua a ser conhecido na região por "padre Edgar", apesar de ter deixado o sacerdócio em 1980, é o primeiro candidato da CDU (PCP/PEV) na corrida eleitoral.

Edgar de Freitas Gomes da Silva nasceu no concelho do Funchal, em setembro de 1962, e saiu da Madeira na década de 1980 para frequentar o seminário no território continental, sendo licenciado em Teologia e mestre em Teologia Sistemática pela Universidade Católica Portuguesa.

Após regressar à Madeira, em 1987, envolveu-se com a fundação do Movimento do Apostolado das Crianças, destinado a apoiar os denominados "meninos das caixinhas" que pediam esmola no Funchal.

Foi na sequência deste projeto que se tornou conhecido, ao denunciar o grave problema da prostituição infantil e de pedofilia em Câmara de Lobos, uma situação retratada depois no filme "Até amanhã, Mário".

A sua intervenção política levou-o à filiação no PCP, tendo sido escolhido para ser candidato, como independente, nas regionais de 1996. Foi sucessivamente eleito até à legislatura que agora termina.

Ocupou o lugar no parlamento nos dois primeiros meses do atual mandato, depois assegurado por Ricardo Lume no âmbito do processo de rotatividade implementado pelo partido.

Escritor e docente, Edgar Silva tem na política a sua ocupação, sendo ainda membro do Comité Central do PCP. Em 2016 foi candidato à Presidência da República, ficando em quinto lugar, com 182.906 votos (3,95%).

13 - IL: Ator e técnico de aeronáutica tenta estreia do partido no parlamento

O ator e produtor teatral Nuno Morna continua nestas eleições a ser o rosto da Iniciativa Liberal (IL) para conseguir eleger uma representação parlamentar.

Com 61 anos, o técnico de aeronáutica da NAV - Navegação Aérea é coordenador do núcleo da Madeira da IL, sendo um dos fundadores do partido, do qual foi membro do Conselho Nacional. Integra hoje a Comissão Executiva.

Humberto Nuno de Carvalho Homem e Morna Gomes foi o cabeça de lista nas eleições regionais da Madeira em 2019, sem conseguir o mandato, e surgiu em terceiro ligar na lista nacional do partido nas europeias desse ano.

Foi também candidato à Câmara Municipal de Santa Cruz nas autárquicas que se realizaram em 2021.

Nuno Morna é uma cara conhecida pela sua participação na vida cultural durante 40 anos. Colaborou durante mais de uma década com a RDP e a RTP na Madeira, apresentando, realizando e produzindo programas, e regista várias participações em séries televisivas.

O seu nome está também ligado à fundação da Companhia de Teatro da Madeira (COM.TEMA). Iniciou a sua carreira como ator no Teatro Experimental do Funchal e fez parte do elenco da companhia de teatro Arte Livre do Brasil, que fez 182 apresentações do espetáculo "Eva Perón" em diversos palcos de Portugal, Espanha e Brasil.

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