Silêncio de Costa no Conselho de Estado? "Deveriam poupar-se a condenar"
O antigo eurodeputado Vital Moreira criticou dois conselheiros de Estado que apontaram o dedo ao alegado silêncio do primeiro-ministro na última reunião do Conselho de Estado.
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Política Vital Moreira
Vital Moreira, antigo deputado ao Parlamento Europeu, apontou, na terça-feira, o dedo a dois conselheiros de Estado que criticaram o primeiro-ministro pelo seu alegado silêncio na última reunião do Conselho de Estado.
"Dois conselheiros de Estado, ambos de Direita, que acumulam com a função de comentadores políticos, vieram criticar o primeiro-ministro por ter decidido não intervir na última reunião do Conselho de Estado", começou por escrever Vital Moreira no blogue Causa Nossa, acusando: "Ora, eles sabem bem porque é que ele tomou, e bem, tal decisão".
O antigo deputado à Assembleia da República, tanto pelo PCP como pelo PS, referia-se a Luís Marques Mendes e a António Lobo Xavier, que, respetivamente, consideraram o silêncio uma "anormalidade" e "inaceitável", citados pelo Expresso.
Vital Moreira esclareceu, no entanto, qualquer ambiguidade sobre a sua opinião relativamente a este caso. A seu ver, o silêncio de António Costa terá sido uma boa decisão, "porque não devia coonestar a 'golpada' presidencial (política e constitucional), de tornar abusivamente o Conselho em órgão de julgamento político do primeiro-ministro e do Governo e num órgão de definição da política geral do país".
Mais, Vital Moreira argumentou também que "o Presidente da República anunciou antecipadamente que já tinha escrito a sua intervenção de encerramento (o mesmo é dizer, o seu veredicto), sem se interessar pelo que o primeiro-ministro teria para dizer em sua defesa, tornando-a, portanto, escusada".
"Ora, se se pode compreender que os dois conselheiros, ambos designados pelo próprio Presidente, se abstenham de criticar a jogada política deste, com que manifestamente concordam, tendo ambos intervindo no 'julgamento', por maioria de razão deveriam poupar-se a condenar publicamente o primeiro-ministro, por, com toda a legitimidade, ter frustrado tal operação", concluiu Vital Moreira.
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