Madeira: BE critica desinvestimento na Saúde e venda do imóvel do hospital
O cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às eleições regionais na Madeira, Roberto Almada, criticou hoje o "desinvestimento" do Governo Regional no setor da Saúde e a prevista venda do atual hospital do Funchal.
© Global Imagens
Política Roberto Almada
A candidatura do BE, que iniciou hoje o quarto dia de campanha eleitoral abordando os problemas da Saúde e do Serviço Regional de Saúde junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, considerou "incompreensível que em pleno século XXI, e na época da inteligência artificial", o arquipélago não tenha "um 'backup' de todos os dados de todos os doentes".
Em 06 de agosto, o Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) informou ter sido alvo de um ciberataque que provocou uma "disfunção na sua rede informática", um problema que teria uma resolução "prolongada" e, até hoje, não está completamente sanado.
O candidato do BE, partido que perdeu a representação parlamentar em 2019, considerou que a situação "é mais grave porque as pessoas sofrem e o que aconteceu prejudicou muita gente".
"Felizmente parece que a questão já está a ser recuperada, mas isto só revela falta de investimento, que é insuficiente", sustentou, insistindo ser necessário pensar em formas de antecipar este tipo de problemas.
Roberto Almada falou também no atraso de "muitos milhares de atos médicos e de cirurgias", opinando que a contratualização entre público e privado "não resolveu a situação", visto que os utentes são reencaminhados para o privado, mas "só há vaga daí a um mês ou dois". Entretanto, fica o hospital a "pagar a bom preço a essas entidades privadas".
"Parece-nos que aqui há um desinvestimento na Saúde para beneficiar os privados, o que não é aceitável", reforçou.
O BE defende mais investimento nos recursos humanos afetos ao setor nas várias categorias, visto que auferem "salários muito baixos", pelo que não se fixam no setor público e têm de fazer "'uma perninha', como se costuma dizer, no serviço privado".
Nesta iniciativa, o candidato criticou o anúncio da venda do imóvel do atual hospital do Funchal quando o novo, que está a ser construído em Santa Quitéria, estiver concluído, como está a ser exigido pelo Governo da República, que comparticipa em 50% neste projeto. A alienação do imóvel servirá para abater na dívida pública.
O edifício, considerou, deveria ser transformado em hospital de retaguarda, valência que está presentemente concentrada no Hospital dos Marmeleiros, propriedade da Santa Casa da Misericórdia.
"Achamos que deve existir um esforço no sentido de cumprir um plano regional de saúde mental", defendeu ainda Roberto Almada, enfatizando a necessidade de um maior "esforço na prevenção e tratamento dos toxicodependentes".
As iniciativas da campanha eleitoral do BE contam esta semana com a presença da ex-coordenadora nacional Catarina Martins, para quem o presidente do executivo regional, Miguel Albuquerque (PSD), "ressuscitou os tiques jardinistas do autoritarismo, do uso dos meios da região para a campanha própria".
A bloquista destacou a importância de haver uma oposição exigente: "É neste momento necessário essa voz forte contra um regime que alimenta uma elite, ao mesmo tempo que faz a vida de quem aqui trabalha tão difícil."
Concorrem às regionais da Madeira 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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