"Quer na Madeira, quer no continente, quer cá, quer lá, quer com o Governo do PS na República, quer na Madeira com o governo PSD/CDS, o agravamento dos problemas do empobrecimento tem uma expressão muito grande porque as orientações de um e outro governo são exatamente as mesmas", disse o candidato à agência Lusa no âmbito da iniciativa do 9.º dia da campanha eleitoral.
A candidatura da coligação que junta PCP e PEV esteve hoje no Curral das Freiras, no concelho de Câmara de Lobos, no contacto direto com as populações.
Para Edgar Silva, este é um dos lugares na Madeira "onde é muito claro como tanta gente é esquecida e desprezada pelos governantes" e "dá para perceber como há uma economia que exclui, que deixa milhares de pessoas para trás".
Na opinião do candidato comunista, também permite constatar que os governantes "esquecem e descartam estes que são os mais abandonados, diríamos, até os mais desvalidos da sociedade".
Edgar Silva complementou que, "além do empobrecimento que está a crescer e se agrava cada vez mais", as orientações e políticas do "Governo da República do PS, a que se somam as medidas do governo regional do PSD/CDS, estão a fazer com que tanta gente tenha perdido a esperança, que se tenha instalado o desalento social".
O cabeça de lista argumentou que "muita gente do povo acabou por interiorizar a ideia de que isto é tudo igual", porque "quer na República, quer na região, esta governação é incapaz de sanar a injustiça".
"Porque prosseguem, desenvolvem, a mesma economia fabricadora de pobreza. Cá e lá, um e outro governo são os fabricantes deste crescente de pobres, de gente que fica para trás. As pessoas acabam por ficar num desalento grande que está a crescer, a alargar", reforçou.
Face a esta situação, Edgar Silva considera que "a grande tarefa da CDU" é trabalhar para "relançar, alimentar, semear e organizar a esperança".
Segundo o candidato, isso é concretizável "através de compromissos concretos e opções concretas capazes de gerar justiça social nesta terra, capazes de apontar para outro rumo de desenvolvimento".
A coligação PCP/PEV elegeu pela primeira vez um grupo parlamentar na Assembleia da Madeira, de dois deputados, em 1996, que manteve até às eleições legislativas regionais de 2011.
Nesse ano só elegeu um deputado, mas nas eleições seguintes, em 2015, voltou a contar com dois eleitos.
Nas mais recentes regionais da Madeira, em 2019, a CDU perdeu outra vez o grupo parlamentar que havia recuperado ao só eleger um deputado.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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