Acordo "desenhado nas costas dos madeirenses" é "criminoso"

O secretário-geral do JPP e deputado eleito ao parlamento da Madeira, Élvio Sousa, disse hoje que o acordo de incidência parlamentar entre a coligação PSD/CDS-PP e o PAN é "criminoso" e foi "desenhado nas costas dos madeirenses".

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© Álvaro Isidoro/Global Imagens

Lusa
27/09/2023 19:38 ‧ 27/09/2023 por Lusa

Política

Eleições na Madeira

"Eu não falo em traição, falo em crime, entre aspas. No meu ponto de vista, este acordo é criminoso do ponto de vista de não salvaguardar direitos à saúde. Isto é inadmissível. Isto é criminoso, do meu ponto de vista", afirmou.

Élvio Sousa falava aos jornalistas no Palácio de São Lourenço, no Funchal, depois de ter sido recebido pelo representante da República, Ireneu Barreto, que começou hoje a ouvir os partidos que conseguiram representação parlamentar depois das eleições legislativas regionais de domingo.

"Desejamos que acha estabilidade. Agora, o programa que foi apresentado, num cenário de incidência parlamentar, é que é um programa desenhado nas costas dos madeirenses", declarou.

O secretário-geral do JPP, partido que elegeu cinco deputados, sublinhou que o programa do Governo devia assentar na redução da despesa pública, redução do custo de vida, direitos sociais e redução da estrutura governativa, áreas que diz não constarem do acordo de incidência parlamentar assinado com o PAN, que elegeu uma deputada.

"Temos reparos significativos a assinalar, nomeadamente porque nós desejamos a qualidade de vida para os homens e para os animais, mas não desejamos que os animais tenham mais direitos que os humanos", disse.

E reforçou: "É uma infelicidade tão grande saber que temos pessoas em lista de espera para uma cirurgia, uma consulta, um exame, quatro, cinco, seis, sete, oito anos em lista de espera e vai este acordo de incidência parlamentar dar prioridade à vacinação dos animais -- que eu respeito, até tenho animais -- e não a estas pessoas que estão em lista de espera, que são 118 mil atos médicos por concretizar".

Élvio Sousa considerou, por outro lado, que o acordo com o PAN contém também uma "situação de lesa direitos cívicos", ao não impor a redução e o limite da despesa pública, o que o leva a afirmar que "o Governo vai continuar a nomear tachos e companhia limitada".

"Dar uma carta verde a um governo e não exigir que o governo emagreça, que reduza a despesa, que baixe progressivamente os impostos, que alivie os empresários, que alivie a classe média é de uma gravidade autêntica", disse, assegurando que, a partir de agora, o JPP "vai visualizar todos os jornais oficiais e vai tornar pública à população cada nomeação e cada tacho criado".

Por outro lado, Élvio Sousa ironizou, afirmando que a Quinta Vigia, sede do Governo Regional da Madeira, tem agora um "poleiro para guardar animais", considerando que "saiu a sorte grande a Miguel Albuquerque", líder do PSD e do executivo, ao assinar o acordo com o PAN.

A coligação PSD/CDS-PP venceu no domingo as legislativas regionais, mas ficou a um deputado da maioria absoluta, tendo sido anunciado na terça-feira um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que conseguiu um mandato.

Nas eleições de domingo, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS 11, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.

Leia Também: Acordo com o PAN? "Nenhum valor do PSD está a ser posto em causa"

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