PCP culpa Governo por encerramento de urgências na ULS Alto Minho
O PCP responsabilizou o Governo pelo encerramento dos serviços de urgência médico-cirúrgica da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) e teme pelos "impactos profundamente negativos para os milhares de utentes abrangidos por esta unidade hospitalar".
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Política PCP
"Depois do encerramento do serviço de urgência de cirurgia no hospital de Santa Luzia [Viana do Castelo] no início do passado mês de outubro, anuncia-se novo encerramento de serviços de urgência nos fins de semana de novembro, inclusivamente de medicina, com impactos profundamente negativos para os milhares de utentes abrangidos por esta unidade hospitalar", refere em comunicado a Direção da Organização Regional de Viana do Castelo (DORVIC) do PCP.
Contactada no dia 3 de novembro pela agência Lusa, fonte do movimento "Médicos em Luta" adiantou que "as urgências de medicina interna e cirurgia encerram a partir das 20:00 de hoje e até às 08:00 de segunda-feira", devido às escusas a horas extraordinárias dos médicos.
O protesto deverá prolongar-se durante todo o mês de novembro.
A mesma fonte revelou que "as escalas do serviço de obstetrícia estão a ser garantidas à custa do cancelamento de consultas, exames e cirurgias".
O PCP classifica de "inaceitável" o encerramento das urgências que diz ser "a consequência mais visível de um processo de degradação e desinvestimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), para o qual têm convergido governos do PS, PSD e CDS, com a bênção e incentivo mais recentes de IL e Chega".
"Opções erradas que se evidenciam particularmente na ULSAM com a ausência de Serviços de Atendimento Permanente na maioria dos concelhos do distrito, na externalização do serviço de radiologia ou na falta de um serviço de radioterapia, como sucessivamente denunciado pelo PCP e as populações", adianta a nota.
Para os comunistas, "o atual Governo do PS é o mais imediato responsável por esta situação depois de, ao longo dos últimos anos, ter chumbado as propostas e soluções apresentadas pelo PCP, nomeadamente de valorização dos profissionais de saúde, ao nível dos aumentos salariais, progressão na carreira e horários".
O secretariado da DORVIC do PCP alerta ainda que "os objetivos políticos que sustentam a ofensiva ao SNS favorecem os grupos privados que fazem negócio da doença e comprometem o direito à saúde que a Constituição garante a todos, independentemente da sua condição socioeconómica".
Em outubro, a urgência médico-cirúrgico da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), que integra os hospitais de Viana do Castelo e Ponte de Lima, esteve encerrada entre sexta-feira e domingo devido à recusa dos médicos em fazer mais do que as 150 horas extraordinárias definidas pela lei.
Mais de 30 hospitais de norte a sul do país estão a enfrentar constrangimentos e encerramentos temporários de serviços devido à dificuldade de as administrações completarem as escalas de médicos.
Em causa está a recusa de mais de 2.500 médicos em fazerem mais do que as 150 horas extraordinárias anuais a que estão obrigados.
Esta crise já levou o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, a admitir que novembro poderá ser dramático, caso o Governo e os sindicatos médicos não consigam chegar a um entendimento.
As negociações entre sindicatos e Governo já se prolongam há 18 meses e há nova reunião marcada para sábado.
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