IL pede que Marcelo dissolva o parlamento se Costa não se demitir
O presidente da IL defendeu hoje que o Presidente da República deve dissolver o parlamento se o primeiro-ministro não puser "a mão na consciência" e apresentar a sua demissão, considerando que o país está "envolvido em podridão"
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O presidente da IL defendeu hoje que o Presidente da República deve dissolver o parlamento se o primeiro-ministro não puser "a mão na consciência" e apresentar a sua demissão, considerando que o país está "envolvido em podridão".
Em declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rocha defendeu que o "que seria normal acontecer num país em que as instituições estivessem a funcionar" era o primeiro-ministro "chegar à conclusão que não tem condições para continuar a exercer funções".
A assessoria de comunicação do primeiro-ministro confirmou hoje a realização de buscas no gabinete de Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro, acrescentando que não há comentários por parte de São Bento à ação da justiça.
O líder da IL referiu que em causa estão detenções de "três pessoas do círculo íntimo do primeiro-ministro" e defendeu que os "factos são de uma enorme gravidade", como comprova a reunião desta manhã entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.
"Nós não podemos ter um primeiro-ministro em funções com o seu círculo íntimo detido ou arguido", defendeu.
Caso o primeiro-ministro não apresente a sua demissão, Rui Rocha pediu que o Presidente da República "ponha ordem na casa" e dissolva o parlamento, defendendo que "as instituições democráticas e políticas têm de funcionar".
"O que é que é preciso acontecer mais no país para que o senhor Presidente da República devolva a palavra aos portugueses, para avançarmos com uma situação de clarificação, de restituição do poder aos portugueses para renovarem o poder político?", questionou.
Abordando a situação do chefe de gabinete de Costa, Rui Rocha referiu que Escária esteve "ligado de forma muito direta a José Sócrates" e esteve "envolvido no processo Galp que, pouco tempo depois de pagar uma multa em que reconhece o seu envolvimento nesse processo, foi de imediato reconduzido a funções próximas do senhor primeiro-ministro".
Já sobre o consultor Lacerda Machado, o presidente da IL disse que se trata do "melhor amigo do primeiro-ministro", que esteve envolvido, por sua "decisão direita", em negócios "da maior dimensão nos últimos anos em Portugal".
Relativamente ao facto de o ministro das Infraestruturas poder ser constituído arguido, Rui Rocha defendeu que Costa "amarrou o seu futuro político" ao de Galamba quando não aceitou a sua demissão, em maio.
"Afinal, quem é que era refém de quem? Era João Galamba que estava refém de António Costa, ou era António Costa que estava refém de João Galamba?", perguntou.
O líder da IL questionou "como é que se pode manter as instituições democráticas num nível e no padrão ético necessário para o país de todas estas questões?".
"Basta oferecer a cabeça de João Galamba, depois de tudo o que aconteceu, eventualmente a cabeça do [ministro do Ambiente] Duarte Cordeiro? (...) Vai oferecê-los em bandeja, para tentar ficar agarrado ao poder? Nada disto é aceitável", defendeu.
Para Rui Rocha, "António Costa escolheu o seu próprio destino e o seu próprio destino está agarrado a João Galamba".
"Agora é só enfrentar as consequências", defendeu.
O jornal Público noticiou a realização de buscas pela PSP nesta manhã em diversos ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, no âmbito de uma investigação sobre projetos de exploração de lítio, em Montalegre.
Segundo o Público, foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas.
O jornal acrescentou que serão constituídos arguidos os ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, e das Infraestruturas, João Galamba, assim como o anterior ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
[Notícia atualizada às 12h25]
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