CDS-PP defende demissão de Costa na sequência de investigação sobre lítio
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, defendeu hoje que o primeiro-ministro deve "apresentar imediatamente a demissão" e, se António Costa não o fizer, o Presidente da República deve dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas.
© Lusa
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"Face à gravidade da atual situação e à falência do governo socialista, o primeiro-ministro deve apresentar imediatamente a sua demissão", defende o eurodeputado.
Em comunicado enviado às redações, Nuno Melo apela ao Presidente da República para "dissolver o parlamento e marcar eleições antecipadas, de forma a permitir o início de um novo ciclo de esperança para os portugueses".
O presidente do CDS-PP lembra que o "CDS-PP foi o primeiro partido a pedir, em dezembro de 2022, a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas" e considera que "o tempo veio dar razão" ao seu partido.
Nuno Melo sustenta que, "depois de 13 governantes deste Governo terem sido afastados e demitidos, muitos deles em resultado de investigações criminais graves, as investigações agora em curso a governantes e a ex-governantes deste Governo não podem deixar de ter mais sérias consequências políticas".
"Pela primeira vez na história da democracia portuguesa, a residência oficial do primeiro-ministro em funções está a ser objeto de buscas judiciais por crimes de corrupção e tráfico de influências", afirma Nuno Melo, considerando que "é todo o Governo que é necessariamente visado e nessa medida, é o próprio primeiro-ministro que fica envolvido".
O líder centrista defende igualmente que, "quando o chefe de gabinete do primeiro-ministro é detido, não há como argumentar com desconhecimento ou distanciamento" e "quando o conselheiro em diversas áreas de natureza económica e melhor amigo do primeiro-ministro, escolhido para dirigir o processo de renacionalização da TAP e depois para a administração da companhia aérea pelo Governo é detido, é o próprio primeiro-ministro que é envolvido".
"Quando o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, está a ser investigado, e as buscas acontecem no âmbito do processo criminal que envolve o ministro João Galamba e o ex-ministro Matos Fernandes, é o Governo que está envolvido", acrescenta.
O jornal Público noticiou a realização de buscas pela PSP nesta manhã em diversos ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, no âmbito de uma investigação sobre projetos de exploração de lítio que foram, entretanto, confirmadas pelo Ministério Público.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido, bem como o Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Em comunicado, a PGR indica que "poderão estar, designadamente, factos suscetíveis de constituir crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência".
Foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois administradores de empresas.
Também esta manhã, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu o primeiro-ministro, António Costa, no Palácio de Belém, em Lisboa, a pedido deste.
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