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Capoulas pede esclarecimentos rápidos da justiça sobre suspeitas

O deputado e ex-ministro socialista Capoulas Santos disse hoje esperar esclarecimentos rápidos da justiça sobre as suspeitas que recaem sobre o primeiro-ministro, considerando que o comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresenta "termos imprecisos".

Capoulas pede esclarecimentos rápidos da justiça sobre suspeitas
Notícias ao Minuto

12:16 - 08/11/23 por Lusa

Política Governo/Demissão

Em declarações à agência Lusa, Capoulas Santos disse esperar que "a justiça esclareça tão rapidamente quanto possível" as suspeitas que existem em torno da atuação de António Costa, pois o comunicado da PGR não o faz.

"Como é que um governo de maioria absoluta e eleito democraticamente é derrubado por uma frase de um procurador que ninguém sabe quem é e em termos imprecisos", questionou o deputado do PS eleito pelo círculo de Évora.

Capoulas Santos referiu que, ainda assim, continua a confiar na justiça portuguesa e que aguarda o seu veredicto sobre este caso.

Nas declarações à Lusa, o antigo ministro da Agricultura realçou que o facto que levou à demissão de António Costa foi "um comunicado do gabinete de imprensa da PGR levantando suspeitas sobre o primeiro-ministro sem as concretizar".

"Penso que é algo insólito e, por isso, estamos a assistir àquele que será, porventura, o mais rocambolesco episódio da história da nossa democracia e, certamente, inédito em todo o mundo", afirmou.

O ex-ministro da Agricultura disse que António Costa foi "eleito democraticamente por maioria absoluta" e, agora, é "demitido pelo gabinete de imprensa da PGR", que "em duas ou três linhas levanta suspeitas sobre a idoneidade do primeiro-ministro".

"Esta questão, para já, causa enormes prejuízos ao país, à economia, com instabilidade, à confiança nas instituições e à imagem externa do país", pois a imprensa internacional noticia que "o primeiro-ministro cai por suspeitas de corrupção", disse.

O atual deputado do PS notou que a justiça é "um órgão independente", mas defendeu que "tudo tem as suas proporções".

"Ou havia matéria suficientemente objetiva que não deixasse marcha para dúvidas para acusar alguém ou havia alguma prudência naquilo que se comunica para o exterior", acrescentou.

O primeiro-ministro, António Costa, pediu, na terça-feira, a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

O Presidente convocou para hoje os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.

Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".

Leia Também: "Espero que a PGR explique que não pôs a Democracia em risco"

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