PCP considera que eleições deveriam ser "realizadas mais cedo"
O PCP defendeu hoje que as eleições legislativas deveriam ser realizadas antes do dia 10 de março, considerando que não se justifica adiá-las para concluir um Orçamento do Estado "que não dá resposta" aos problemas do país.
© Global Imagens
Política Paula Santos
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, considerou que a dissolução do parlamento e marcação de eleições antecipadas "correspondem à clarificação da atual situação", mas criticou a data escolhida por Marcelo Rebelo de Sousa.
"Na nossa opinião, entendemos que estas eleições deveriam ser realizadas mais cedo. Entendemos que não há justificação para o seu protelamento em nome de um Orçamento do Estado que não dá resposta aos problemas que afetam os trabalhadores, o povo e o país", declarou.
Para Paula Santos, a proposta orçamental apresentada pelo Governo de António Costa "não dá resposta nos salários e nas pensões, na saúde, na educação, na habitação".
"De qualquer forma, prosseguindo a discussão do Orçamento, o PCP não deixará de intervir com propostas, com soluções concretas, para dar resposta aos problemas, propostas no sentido que permitam a elevação das condições de vida, reforçar serviços públicos, garantir os direitos consagrados na nossa Constituição", afirmou.
A líder parlamentar do PCP sustentou que a resposta aos "problemas que afetam a vida dos trabalhadores e do país exigem a rutura com opções políticas de favorecimento dos grupos económicos" - que considerou serem prosseguidas por PS, PSD, CDS, Chega e IL -, e a implementação de uma "política alternativa, patriótica e de esquerda".
"Para isso, é condição o reforço do PCP, da CDU, em que as questões dos salários, das pensões, da sua valorização são uma questão de urgência", assim como "o reforço do SNS, a escola pública, a garantia do direito à habitação, o controlo público de setores estratégicos, uma justa política fiscal ou a promoção da produção nacional", disse.
Para o PCP, prosseguiu Paula Santos, estas eleições legislativas antecipadas "podem constituir uma oportunidade para uma mudança de política e para uma política ao serviço dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país".
Questionada se não é melhor ter um Orçamento já aprovado, dada a atual situação económica, Paula Santos respondeu: "O que seria melhor era ter um Orçamento que resolvesse os problemas e não é isso que consta neste Orçamento".
"Aquilo que temos visto ao longo destes anos é que, da parte do PS, tem havido recusa para dar reposta aos problemas [do país] - aliás, tem contribuído para o seu agravamento - e (...) quando está em contraponto a defesa dos interesses económicos ou das populações, quer PS, PSD, IL, Chega e CDS colocam-se sempre do lado dos interesses dos grupos económicos", referiu.
O Presidente da República anunciou hoje que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
"Optei pela dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições em 10 de março de 2024", declarou o chefe de Estado, numa comunicação ao país a partir da Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa.
[Notícia atualizada às 21h06]
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