PNS "nem fez luto de Costa". "Cadáver está quente e diz 'estou aqui'"
O jornalista apontou que o antigo ministro poderá ter dado "um tiro no pé".
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Política Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares considerou, esta quinta-feira, que o antigo ministro Pedro Nuno Santos poderá ter dado “um tiro no pé” com a comunicação de que apresentar-se-á como candidato à liderança do Partido Socialista (PS), uma vez que “não fez sequer o luto de António Costa; ainda o cadáver está quente e já diz ‘estou aqui, sou quem se segue’”.
Começando por recordar que o primeiro-ministro, António Costa, confessou ter defendido que o atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, ocupasse o seu cargo até 2026, o jornalista apontou que também outros membros do PS, entre eles Francisco Assis, vieram a público dizer que pretendiam uma solução de consenso.
“Pedro Nuno Santos queimou todas essas pontes. Não deu hipótese a qualquer consenso; não esperou sequer pela reunião da Comissão política desta noite. Não esperou sequer pela comunicação ao país do Presidente da República. Não fez sequer o luto de António Costa. Ainda o cadáver está quente e já Pedro Nuno Santos diz ‘estou aqui, sou quem se segue’”, atirou, no seu espaço de comentário.
E complementou: “Acho que, talvez, tenha dado um tiro no pé esta noite, junto não só do eleitorado total, mas dentro dos militantes do PS.”
Sublinhe-se que, em outubro, o antigo governante tinha assegurado que não concorreria ao cargo de António Costa nas eleições diretas do PS.
Mas, esta quinta-feira, a RTP avançou que Pedro Nuno Santos apresentará, afinal, a sua candidatura a secretário-geral do PS. De acordo com o mesmo meio, PNS tem recolhido apoios de vários dirigentes do partido, estando a ser preparado um documento de apoio à candidatura que contará com dezenas de assinaturas de atuais e antigos dirigentes do PS. O documento será divulgado nos próximos dias, após a reunião da Comissão Política desta noite de quinta-feira.
Significa isto que o atual deputado e comentador político poderá defrontar o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que estará a ponderar avançar para a liderança do partido.
Face aos acontecimentos de terça-feira, na qual o primeiro-ministro, António Costa, apresentou a sua demissão, que foi aceite, depois de o Ministério Público ter revelado que é alvo de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio, Marcelo optou por dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas, a 10 de março de 2024.
Na manhã de terça-feira, as buscas da Polícia de Segurança Pública (PSP) e do Ministério Público culminaram com a detenção de cinco pessoas, incluindo o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária. Já o ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido.
Por seu turno, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário", numa declaração a partir do Palácio de São Bento.
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