BE questiona despedimentos em fábricas de Arcos de Valdevez e Famalicão

Bloco de Esquerda questionou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre o processo de despedimento na Coindu, empresa com fábricas em Arcos de Valdevez, Alto Minho e Vila Nova de Famalicão (Braga), foi hoje divulgado.

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Lusa
15/11/2023 11:19 ‧ 15/11/2023 por Lusa

Política

BE

Na pergunta dirigida a Ana Mendes Godinho, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o grupo parlamentar do BE refere ter tomado conhecimento de que "a empresa prepara um despedimento coletivo de 400 trabalhadores nas unidades industriais de Joane, Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga, e Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo.

"O Bloco de Esquerda está solidário com estes trabalhadores e trabalhadoras e considera inaceitável a forma como uma empresa que não só anuncia falta de mão-de-obra em 2022, como lhe é aprovada uma recapitalização no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sendo considerada uma empresa viável, mas que pode vir agora a efetuar um despedimento coletivo", refere o documento assinado pelo deputado José Soeiro.

O BE quer saber se o Governo tem conhecimento da intenção da empresa de avançar com o despedimento coletivo de 400 trabalhadores, se a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) está a acompanhar a situação e quais as ações que já foram desencadeadas.

O partido pergunta ainda se foi comunicada à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho algum despedimento coletivo por parte da empresa.

 Segundo o BE, a Coindu foi fundada em 1988 e dedica-se à produção de capas para assentos de automóveis de marcas de automóveis como Lamborghini, Audi, BMW, Porsche, Ford, Mini, Suzuki, entre outras.

A empresa "emprega mais de 6.000 trabalhadores distribuídos pelas unidades industriais de Joane, empresa sede, (2.100), Arcos de Valdevez (811), Roménia (1.558), México (999) e na Alemanha.

O BE acrescenta que, "em 2022, o presidente do conselho de administração da Coindu, António Cândido Pinto, referiu que grupo obteve mais de 700 milhões de euros, sendo que só a fábrica de Joane representou metade desta faturação".

O grupo parlamentar do BE relembra que, em 2022, em declarações à imprensa, o administrador queixava-se que "precisava de aumentar a capacidade de produção e que não conseguia atrair trabalhadores", manifestando "a intenção de expandir as unidades industriais".

Na segunda-feira, a administração da fábrica da Coindu em Arcos de Valdevez garantiu estar a cumprir a lei, de forma integral e escrupulosa, no processo de despedimento coletivo que tem em curso, motivado pela "descontinuidade de alguns projetos".

"A necessidade de recurso ao despedimento coletivo decorre da descontinuidade de alguns projetos que tivemos até à data. A Coindu iniciou o processo, respeitando, de forma integral e escrupulosa, a lei", refere a empresa que se dedica à produção de estofos para automóveis.

Em resposta, por escrito, a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, a Coindu adiantou que "a intenção de proceder a um despedimento coletivo abrange 103 dos 2.300 trabalhadores ao serviço da empresa, não havendo lugar ao encerramento de qualquer das suas unidades de produção".

"Trata-se de um procedimento transparente e fundamentado, que vem decorrendo com a maior serenidade e com a compreensão por parte dos trabalhadores da Coindu", sustenta a empresa.

A Coindu adiantou que vai "continuar a mover esforços no sentido de conseguir novas nomeações de projetos e manter em pleno funcionamento todas as unidades de Portugal, conforme tem vindo a ser praticado nos últimos 35 anos".

Na sexta-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) entregou na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) um pedido de anulação do processo de despedimento coletivo.

Na altura, à Lusa o secretário-geral do SIMA, José Simões, classificou o despedimento de "ilegal".

Leia Também: IL acusa PS de recuar no IUC "por motivos meramente eleitoralistas"

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