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Costa ter sugerido Centeno a Marcelo é "absolutamente incompreensível"

Francisco Assis deixou largos elogios a José Luís Carneiro, mas considerou que "a personalidade em melhores condições para dirigir o PS nos próximos anos é Pedro Nuno Santos". Sobre o futuro do partido, defendeu que se "deve manter o diálogo aberto à Direita" e que é necessária uma rotura.

Costa ter sugerido Centeno a Marcelo é "absolutamente incompreensível"

O antigo líder parlamentar do Partido Socialista (PS) Francisco Assis elencou, esta quinta-feira, as razões que o levaram a apoiar a candidatura de Pedro Nuno Santos ao cargo de secretário-geral do partido. Não deixou, também, de comentar a vida interna do partido e a decisão de António Costa de sugerir o nome de Mário Centeno para primeiro-ministro a Marcelo Rebelo de Sousa após a sua demissão.

"Primeiro, precisamos de unir o partido e, objetivamente, é hoje a pessoa que concita maior adesão entre os militantes do Partido Socialista (PS). Basta ver os apoios que lhe têm sido testemunhados por múltiplos dirigentes", começou por referir o presidente do Conselho Económico e Social, em entrevista à SIC Notícias, acrescentando que Pedro Nuno Santos é "a personalidade em melhores condições para unir o partido".

"Em segundo lugar, conheço-o e sei que não é o sectário que querem fazer crer que ele é. Sempre tive discussões com ele, houve momentos em que até tivemos algumas discussões publicamente mais tensas, mas, mesmo nessa altura, éramos capazes de nos encontrar e de superarmos as dificuldades", acrescentou.

Para Francisco Assis, o antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação "é uma pessoa que tem capacidade de liderança" e "tem capacidade para fazer algumas roturas, que também se devem fazer, no interior do Partido Socialista".

E justificou: "Há roturas a fazer. O partido tem de ser um partido com uma direção mais plural, tem de ser um partido que valoriza mais a discussão política interna. A verdade é que o partido desde há muitos anos que é um partido com muito pouca discussão interna. As grandes questões não são discutidas nos locais próprios".

Costa ter sugerido Centeno é "absolutamente incompreensível"

Neste sentido, Assis considerou que o facto de o primeiro-ministro demissionário, António Costa, ter sugerido ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o nome de Mário Centeno para o suceder após a sua demissão, é "absolutamente incompreensível".

"Não é aceitável. Não há nenhum partido democrático no mundo que possa funcionar desta maneira. O PS tem de mudar e o PS que se vai apresentar a estas eleições [legislativas] tem de ser um PS diferente", atirou.  

José Luís Carneiro? "Personalidade política de primeiríssimo plano da vida nacional"

Sobre José Luís Carneiro, o primeiro socialista a apresentar a sua candidatura à liderança do partido, Francisco Assis descreveu-o como "um ministro de grande qualidade" e uma "personalidade política de primeiríssimo plano da vida nacional". No entanto, neste momento, entendeu que "a personalidade em melhores condições para dirigir o PS nos próximos anos é Pedro Nuno Santos".

Geringonça? "Foi verificar que era possível governar com o apoio" do BE e PCP

Francisco Assis, que em 2015 foi contra a criação da geringonça, explicou que, oito anos depois, mudou de opinião porque se verificou "que era possível governar com o apoio" do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista Português (PCP). No entanto, considerou que o PS "deve manter o diálogo aberto à Direita".

"Em 2015 disse: 'Sou contra a constituição deste entendimento em concreto nestas circunstâncias'. Sobretudo porque não tinha sido anunciado aos portugueses que se ia avançar com uma solução daquela natureza", explicou, acrescentando que temia que o acordo podia "prejudicar a governação do país em áreas fundamentais".

"O aspeto positivo que tivemos dessa experiência específica foi verificar que era possível governar com o apoio desses dois partidos - BE e PCP - sem pôr em causa os grandes compromissos europeus e atlantistas de Portugal", disse.

No entanto, considera que o PS "deve manter o diálogo aberto à Direita" e que o partido cometeu um "erro terrível" durante a geringonça ao "demonizar a Direita democrática".

"O Partido Socialista deve colocar-se claramente como um partido com disponibilidade para falar com partidos à sua Direita e à sua esquerda", frisou. "Não podemos fechar a porta a nenhuma solução que contribua para o fortalecimento das instituições democráticas portuguesas".

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