No terceiro dia de debate da especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o deputado social-democrata Hugo Carneiro considerou que, "apenas por causa das eleições", o PS deu "a maior cambalhota orçamental dos últimos anos" com o recuo no aumento do Imposto Único de Circulação (IUC).
"Não podemos acreditar que o PS não penalize outra vez todas as pessoas", disse, apelando a um voto no PSD "se quiserem ter um governo com credibilidade".
Por seu lado, o deputado do PS André Pinotes Batista ripostou que "sempre que a direita fala de eleitoralismo do PS" é porque as medidas "são boas para as pessoas".
O parlamentar socialista criticou ainda o PSD por "denunciar o terrível eleitoralismo do PS" e terminar a intervenção com um apelo ao voto e o líder social-democrata, Luís Montenegro, ter anunciado, no sábado, que pretende aumentar o complemento social dos idosos para 820 euros.
Antes disso, o deputado único do Livre Rui Tavares afirmou que "é bom ver o bloco central já em amena cavaqueira", o que mereceu uma reação das duas bancadas, salientando que o debate provou que medida que previa o aumento do IUC para veículos de 2007 e anos anteriores "foi mal feita e mal apresentada".
As críticas ao PS devido à proposta do IUC também chegaram pela voz do deputado do Chega André Ventura que defendeu que a posição socialista é "eleitoralista".
Por sua vez, o deputado da IL Rodrigo Saraiva considerou que o PS está no "debate a usar muito" as referências à citação do prémio Nobel da Economia, que na semana passada em entrevista ao Jornal de Negócios, disse que a economia portuguesa era uma espécie de milagre.
"O PS que fique com o prémio Nobel do eleitoralismo", afirmou, acrescentando que o partido "se acha dono disto tudo".
À esquerda, o deputado do BE Pedro Filipe Soares considerou que o "debate sobre o IUC mostra como o PS e o governo fazem mal à causa ambiental", já que "usaram os mais pobres e argumentaram contra eles", em prol de aceitar mexer na taxação dos jatos privados ou nos cruzeiros de luxo.
Já o deputado do PCP Duarte Alves, que considerou que o PS quis "fazer tema" com a proposta e pôr a "direita a falar do que queria" em vez de se centrar em outras questões orçamentais, classificou a medida como "inaceitável" e "que não responde ao problema ambiental".
Leia Também: PS vai aprovar cerca de 40 propostas da oposição no 2.º dia de votações
