Na terça-feira, o ministro da Educação, em entrevista à Rádio Renascença, admitiu a possibilidade de os professores virem a recuperar o tempo de serviço congelado, considerando essa reivindicação "justa e legítima".
Em declarações aos jornalistas à margem de uma sessão evocativa do centenário do escritor Urbano Tavares Rodrigues, em Lisboa, Paulo Raimundo considerou que estas declarações do governante "não credibilizam a vida política nacional".
"Nós assistimos ao que este ministro disse durante este tempo todo. Portanto, acho que isso não o credibiliza, não pode ser levado a sério", defendeu, acrescentando que "não era certamente o ministro a falar, era já o candidato a deputado".
Nestas declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PCP foi ainda questionado sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, tendo respondido que não se quer alongar sobre o assunto porque, "quanto mais comentários se fizer, mais se alimenta, e é pior".
No entanto, Paulo Raimundo destacou a disponibilidade manifestada pelo Presidente da República "para prestar esclarecimentos", salientando que o chefe de Estado "certamente enviou os documentos que teria", o que considerou ser "muito importante".
"A outra questão é que nós precisamos rapidamente de esclarecer o que há para esclarecer", disse.
O líder do PCP indicou que há processos judiciais e administrativos em curso e defendeu que a clarificação rápida do assunto seria benéfica para a sociedade, mas também para o próprio Presidente da República, que "estará interessado em, quanto mais depressa clarificar isso, melhor".
Questionado se o PCP estaria disponível para viabilizar uma audição parlamentar da ex-ministra da Saúde Marta Temido e do ex-secretário de Estado Lacerda Sales, Paulo Raimundo considerou que seria "estar a pôr gasolina na fogueira", perguntando o que é essas audições acrescentariam para a apuração judicial e administrativa dos factos.
"Acho que não vai acrescentar nada, vai-nos manter aqui nesta situação de suspeição, dará umas boas aberturas de telejornal, uns bons artigos, certamente. Mas, do ponto de vista do esclarecimento, não vai adiantar nada", referiu.
A não ser, prosseguiu Paulo Raimundo, que se parta do princípio que Marta Temido "vá dizer coisas à Assembleia da República que não dirá perante as autoridades competentes se for chamada para isso".
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