A antiga líder do Partido Social Democrata (PSD) Manuela Ferreira Leite considerou, na sexta-feira, que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "não mete cunhas e é absolutamente contra isso", no âmbito do caso das gémeas com atrofia muscular espinhal que foram tratadas com Zolgensma, um medicamento que custa mais de dois milhões de euros, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
"Eu seria capaz de meter as mãos no fogo, na verdadeira aceção da palavra, em como o Presidente da República não mete cunhas e é absolutamente contra isso", afirmou Ferreira Leite, em comentário na CNN Portugal.
Segundo a ex-líder do PSD, "aquilo que se tem estado a passar é do mais injusto para uma pessoa e não se aplica a Marcelo Rebelo de Sousa".
"Eu acredito que se ele tiver um assunto para resolver com um sem-abrigo, é ele próprio que o vai resolver, não pede a ninguém para o fazer", atira ainda, a título de exemplo.
Embora exclua a 'cunha' de Marcelo Rebelo de Sousa, Ferreira Leita assegura "com certeza" que "alguém que posso ter invocado o nome do Presidente - e aí admite-se que seja o filho". "Mas aí nenhum de nós está livre de sermos citados em vão como sendo minha amiga lá de casa e usar esse facto para entrar num sítio qualquer", disse. "Nenhum de nós está livre disso", reiterou.
De recordar que o caso das gémeas foi revelado numa reportagem da TVI, transmitido no início de novembro, segundo a qual duas crianças luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, que custou no total cerca de quatro milhões de euros.
Segundo a TVI, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, que negou qualquer interferência no caso.
O caso está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República, pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e é também objeto de uma auditoria interna no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.
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