Costa diz ao PCP que "é um grande erro" afirmar que PS é igual à direita
O primeiro-ministro defendeu hoje que "é um grande erro" o PCP equiparar o PS à direita, considerando que quanto mais vezes o fizer "menos portugueses compreenderão o PCP".
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Política Debate
No debate preparatório do Conselho Europeu, António Costa foi acusado pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, de ter usado a maioria absoluta não para resolver os problemas do país, mas para salvaguardar interesses dos grupos económicos, e o PS criticado por nunca ter alinhado numa contribuição extraordinária sobre a banca.
"Devia refletir um pouco e constatar que quantos mais vezes disser que o PS é igual ao PSD, IL e Chega menos os portugueses acreditam no PCP", aconselhou Costa, naquela que terá sido a sua despedida do parlamento, considerando que os portugueses "têm bem clara a profunda diferença entre o PS e a direita".
"Os portugueses têm bem claro aquela que foi mudança extraordinária que aconteceu no nosso país desde que virámos a página da austeridade em 2015 e aquilo que tinha sido a experiência governativa da direita, que a direita promete voltar a repetir se ...[bate três vezes na madeira] viesse o diabo da direita reaparecer na governação do nosso país", considerou.
Por isso, insistiu, "cada vez que o PCP diz que nós somos iguais à direita, há menos portugueses a compreender o PCP", considerando que tal "é um problema para a democracia e para a esquerda portuguesa".
"O PS representa a esmagadora maioria da esquerda e do centro-esquerda, mas é importante que as outras correntes da esquerda não continuem a definhar, mas não se afirmam continuando a eleger o PS como inimigo principal e à custa dos votos dos socialistas", alertou.
A líder parlamentar do PCP fez questão de voltar a pedir a palavra para responder a esta visão do primeiro-ministro.
"Nunca, em momento algum, dissemos que o PS é igual ao PSD, IL e Chega. O que dizemos é que o PS, tal como PSD, IL e Chega, são protagonistas da política de direita que não dá resposta aos problemas das pessoas", defendeu.
Antes, também num desvio pela política nacional do debate europeu, o ex-líder da IL João Cotrim Figueiredo considerou que "os portugueses têm vantagem de saber, antes de irem votar a 10 de março, se o PS, na sua atual direção ou em futuras direções", vai "voltar a propor acordos de governo" com "partidos que votam contra os tratados europeus", numa referência a BE e PCP, acusando os socialistas de mudarem de posição "consoante os ventos".
Na resposta, António Costa defendeu que o "futuro do PS ao PS caberá" e preferiu falar do passado: "Tivemos primeira legislatura com acordos firmados com o PEV, PCP e BE em que creio que nenhum deles sacrificou a identidade do seu ponto de vista sobre a política europeia, e o Governo não sacrificou um milímetro a visão que tinha sobre a postura europeia de Portugal".
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