Pedro Nuno Santos, candidato a secretário-geral do Partido Socialista (PS), afirmou, esta quinta-feira, que espera "ter uma boa relação" com o Presidente da República, caso conquiste a liderança do partido e venha assumir, após as legislativas, funções de primeiro-ministro.

"Espero ter uma boa relação com o senhor Presidente da República. Eu sinto que, enquanto fui membro do Governo, tive sempre uma ótima relação com o senhor Presidente da República, espero continuar a ter, obviamente, no futuro", afirmou, em entrevista à SIC Notícias.

Sublinhe-se que cerca de 60 mil militantes socialistas escolhem esta sexta-feira e no sábado o sucessor de António Costa no cargo de secretário-geral do PS, numas eleições disputadas por José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião.

Interrogado sobre se teme que as críticas apontadas a Marcelo Rebelo de Sousa devido ao caso das gémeas luso-brasileiras possam vir a contaminar o próximo governo, Pedro Nuno Santos rejeitou, referindo que "seria impensável".

"Em nada. Isso seria impensável. A relação institucional do Governo português e do governo liderado por nós com o senhor Presidente da República será a melhor relação possível, de absoluta cooperação institucional com a Presidência da República. Sobre isso, que não haja a menor dúvida", frisou o socialista.

Marcelo fez avaliação errada? "Único foco está nas eleições"

Já sobre o facto de António Costa ter considerado que o chefe de Estado fez uma avaliação errada do momento político, após decidir dissolver a Assembleia da República, Pedro Nuno Santos defendeu que esse "é um assunto que está encerrado".

"Eu estive ao lado do secretário-geral do PS nas iniciativas que tomou nessa altura. Para mim, hoje é um assunto que está encerrado. A partir do momento em que as eleições legislativas estão marcadas. E, por isso, o único foco está nas eleições e não em olhar para trás nem para o passado", atirou o também ex-ministro.

"As decisões foram tomadas. O assunto está para nós, para mim, nomeadamente, arrumado", asseverou ainda.

Gostava de ver António Costa a ter uma participação na vida política, seja em que fórum for e numa uma função que o satisfaça a ele

"Espero que António Costa continue a dedicar-se ao país, seja cá ou fora de Portugal"

Na mesma entrevista, Pedro Nuno Santos admitiu que gostaria de ver António Costa na sua campanha, destacando o "orgulho" que sente no primeiro-ministro demissionário e no "trabalho" que este desenvolveu". Para o candidato à liderança do PS, Costa não "é um problema", mas sim "um ativo importante".

Já sobre o futuro, apontou: "Espero que António Costa continue a dedicar-se ao país, seja cá ou fora de Portugal".

Questionado sobre se gostaria de ver Costa na presidência do Conselho Europeu, o antigo governante considerou que "está muito nas mãos do próprio António Costa ser aquilo que ele entender"

"Gostava de ver António Costa a ter uma participação na vida política, seja em que fórum for e numa função que o satisfaça a ele. Com certeza de que nós, eu e o PS, estaremos a seu lado seja qual for a sua opção", rematou.

De realçar que o PS decide, na sexta-feira e no sábado,  o seu novo secretário-geral, após o primeiro-ministro, António Costa, se ter demitido na sequência da denominada 'Operação Influencer'. Na 'corrida' estão Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião. 

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