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PNS ataca sociedade individualista e desregulação económica "da Direta"

O candidato a secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos fez hoje um ataque cerrado ao individualismo e desregulação económica, que atribui à direita, defendendo em contraponto o socialismo e o reforço do Estado social.

PNS ataca sociedade individualista e desregulação económica "da Direta"
Notícias ao Minuto

23:49 - 14/12/23 por Lusa

Política PS

Esta dicotomia foi apresentada por Pedro Nuno Santos no último comício da sua campanha, no Parque Mayer, em Lisboa, antes das eleições diretas internas para o cargo de secretário-geral do PS, na sexta-feira e no sábado.

No seu discurso, Pedro Nuno Santos começou por salientar o seu "respeito" pelos outros candidatos à liderança do PS, José Luís Carneiro e Daniel Adrião, e criticou diretamente o presidente do PSD, Luís Montenegro, voltando a desafiá-lo a apresentar as contas das promessas que fez em relação aos pensionistas.

Mas o discurso do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação foi sobretudo marcadamente ideológico, colocando em confronto a atomização social, o individualismo, a desregulação económica e o liberalismo "da direita" com o socialismo, a defesa do Estado social e o sentido de comunidade de um país.

"Nós não vemos a comunidade como o PSD a vê. Para o PSD, o seu parceiro assumido, a Iniciativa Liberal, e o parceiro não assumido, o Chega, Portugal é uma soma de indivíduos, cada um que trate de si", disse.

Para um socialista, segundo Pedro Nuno Santos, "os problemas de uns são os problemas de todos, porque cada um faz alguma coisa que é útil ao cidadão que está ao lado".

"O polícia que nos dá a segurança tem os seus filhos na escola, que são ensinados por professores, que vestem aquilo que foi feito por operários, que comem o pão feito por padeiros, que compram o peixe que é pescado pelos pescadores. Nos não vivemos sozinhos", concluiu, recebendo uma prolongada salva de palmas.

Depois, neste contexto, fez a defesa do Estado social: "O garante da liberdade igual para todos".

"A liberdade sem que nos perguntem à porta do hospital se temos dinheiro para pagar o tratamento -- uma liberdade que só o Serviço Nacional de Saúde nos pode dar -, a liberdade de as nossas crianças receberem educação de qualidade sejam elas filhas de um patrão, de um trabalhador ou de um desempregado -- uma liberdade que só a escola pública nos pode dar -, e a liberdade de termos direito a uma reforma digna sem dependermos da caridade ou dos mercados financeiros", completou.

Pedro Nuno Santos reconheceu problemas no Estado social, mas advertiu que a solução não passa pelas "reformas" da direita.

"Eles queixam-se que nós não fazemos reformas estruturais, mas nós não faremos as reformas que eles querem. Para eles, reformas são liberalização, desregulação e privatização", acusou.

No primeiro discurso do comício, o ex-secretário de Estado e atual presidente da Comissão Parlamentar de Defesa, Marcos Perestrello, fez o discurso mais crítico em relação à candidatura de José Luís Carneiro.

"Há quem critique Pedro Nuno Santos por ser um radical, mas eu elogio-o por isso. Ele é um radical em defesa do socialismo democrático", contrapôs, antes de observar que a candidatura do ex-ministro das Infraestruturas foi alvo de ataques por parte dos setores à direita do PS.

"Mas nós não queremos um secretário-geral do PS que seja do agrado da direita. Eleger um secretário-geral que agrada à direita seria provavelmente a primeira vitória da direita", sustentou Marcos Perestrello.

A seguir, a vice-presidente da Assembleia da República Edite Estrela criticou "a azáfama daqueles que procuram colar rótulos em Pedro Nuno Santos".

"Há quem tenha caráter e quem não tenha. Pedro Nuno Santos tem caráter", acentuou.

O ministro do Ambiente e líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Duarte Cordeiro, defendeu que o título do livro do antigo presidente da República Mário Soares "Um político assume-se" aplica-se ao seu "amigo de longa data" Pedro Nuno.

"Assumiu-se como líder da JS em defesa da interrupção voluntária da gravidez, em defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo e na formação da Geringonça em 2015. E sempre defendeu a autonomia estratégica do PS", advogou Duarte Cordeiro.

Duarte Cordeiro destacou ainda "a força" do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação "que passou tempos difíceis no Governo".

"Todos tropeçamos. Todos cometemos erros. O facto de ele estar aqui, no atual momento da vida política, diz muito sobre a sua força", considerou o presidente da FAUL.

Para Duarte Cordeiro, o ex-ministro é o candidato à liderança do PS "que melhor se adequa aos tempos que a sociedade portuguesa está a viver".

"As pessoas não queriam esta crise política. Os portugueses querem ter esperança e precisam de um Governo que lhes dê estabilidade", acrescentou.

[Notícia atualizada às 00h06]

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