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BE pede novas audições sobre o Global Media Group. Livre admite inquérito

O BE quer ouvir no parlamento o administrador do grupo Global Media Paulo Lima de Carvalho e o consultor de comunicação Luís Bernardo, enquanto o Livre admite a necessidade de uma comissão de inquérito na próxima legislatura.

BE pede novas audições sobre o Global Media Group. Livre admite inquérito
Notícias ao Minuto

13:36 - 04/01/24 por Lusa

Política GMG

Em declarações aos jornalistas no parlamento, a deputada do BE Joana Mortágua considerou que a audição parlamentar de hoje do ex-diretor da TSF Domingos Andrade trouxe "uma nova luz" sobre o que se passa no grupo Global Media (GMG), dizendo ser necessário esclarecer a quem pertence o fundo que detém a maioria do capital e que tem sede nas Bahamas, o World Opportunity Fund (WOF).

"Ao contrário do que pensávamos, de que José Paulo Fafe estaria à frente deste fundo enquanto gestor, há um outro administrador chamado Lima de Carvalho que teve um papel determinante na área da gestão, na área financeira e inclusive com pressões da edição editorial dos vários títulos", disse.

Segundo a deputada, na audição de hoje, o BE ficou também a par de que este administrador "terá ligações a Luís Bernardo, ex-assessor de Sócrates", falando no que "parece ser um jogo de 'gangsters' na entrada de capital em empresas deste país".

"Tudo isto tem de ser esclarecido: queremos pedir que este administrador Lima de Carvalho, que entrou a pedido ou indicado pelo novo fundo com sede nas Bahamas, venha ao parlamento prestar esclarecimentos, tal como Luís Bernardo, cujas ligações a este administrador passam por empresas de comunicação com contratos com câmaras municipais e vários municípios hoje relatadas por Domingos Andrade", disse, esperando que haja "boa vontade" destes intervenientes para aceitar o convite urgente da Assembleia da República.

Também em declarações no parlamento sobre o mesmo tema, o deputado único do Livre, Rui Tavares, admitiu a possibilidade de ser constituída uma comissão de inquérito parlamentar sobre o estado deste grupo, mas apenas após as eleições legislativas antecipadas de março.

Tavares realçou que está em causa um grupo que tem "títulos históricos do jornalismo português" e que "venderam edifícios muito relevantes, tanto em Lisboa como no Porto" como a redação do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias, "e que depois dizimaram esse valor em pouco tempo".

"Onde é que esse valor foi parar? Para que bolsos, de que maneira? Isso é preciso esclarecer, quanto mais não seja para retirarmos ensinamentos, porque sabemos que ter um jornalismo forte e uma imprensa livre é importante para a democracia", alertou.

O deputado comprometeu-se, na próxima sessão legislativa, a propor "ou uma sequência de audições sobre este tema na comissão de Cultura" ou uma comissão de inquérito.

Na opinião do dirigente, apesar de o Governo estar em gestão e o país estar em período pré-campanha eleitoral, "o Estado não perde as suas funções de garante da Constituição".

"E portanto, se for preciso agir de forma a que se salve o grupo temporariamente para encontrar uma viabilidade futura, eu acho que o Estado não se pode eximir dessa função por causa do momento em que estamos, porque há um valor mais alto que se levanta e que se pode perder irremediavelmente caso o Estado não aja", avisou.

Questionada sobre esta possibilidade de se constituir uma comissão parlamentar de inquérito ao tema, a deputada do BE disse preferir que até à próxima legislatura se pudessem obter todos os esclarecimentos.

"Se as dúvidas se adensarem e se houver matéria para isso, nós nunca nos escapamos nem evitamos tal caminho, mas é tema que nem vale a pena discutir agora", disse, uma vez que o parlamento será dissolvido dia 15 de janeiro e a nova legislatura só arrancará alguém tempo depois das legislativas de 10 de março.

O WOF detém 51% das empresas Palavras Civilizadas e Grandes Notícias, onde os acionistas Marco Galinha e António Mendes Ferreira são detentores dos restantes 49%, de acordo com nova gestão da GMG, sendo que estas duas controlam 50,25% da GMG.

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