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PNS à procura da unidade interna para ter partido mobilizado nas eleições

O novo secretário-geral do PS procura no congresso, entre sexta-feira e domingo, construir uma solução de unidade interna que lhe permita ter um partido mobilizado nos dois meses que antecedem as eleições legislativas de 10 de março.

PNS à procura da unidade interna para ter partido mobilizado nas eleições
Notícias ao Minuto

14:53 - 04/01/24 por Lusa

Política PS/Congresso

Pedro Nuno Santos chega ao 24º Congresso Nacional do PS, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), depois de ter vencido as eleições diretas internas, de 15 e 16 de dezembro, com 61% dos votos, contra 37% do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e 1% do dirigente socialista Daniel Adrião. Chega também ao congresso com quase 70% dos cerca de 1.400 delegados eleitos.

Mas, para a equipa do recém-eleito líder, os chamados "pedro nunistas", agora, a missão não é impor o peso da maioria. Pelo contrário, importa ultrapassar divergências políticas e integrar apoiantes da candidatura de José Luís Carneiro, que teve ao seu lado figuras destacadas do PS como o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, o ministro das Finanças, Fernando Medina, o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, ou o antigo ministro José António Vieira da Silva.

O primeiro dos dois discursos de fundo que o novo secretário-geral do PS fará no congresso, no sábado, será precisamente sobre o PS e a importância da unidade interna a pouco mais de dois meses das eleições legislativas.

Na sexta-feira passada, Pedro Nuno Santos fechou um acordo com José Luís Carneiro para a apresentação de listas conjuntas para a Comissão Nacional, o órgão máximo entre congressos, e também para a Comissão Política, o órgão partidário de direção alargada.

Nestas listas, que serão votadas na manhã de domingo, a candidatura do ministro da Administração Interna terá 35% do total de lugares, sendo que obteve apenas 31% dos delegados que estarão presentes com direito a voto no congresso da FIL.

Além de posições nos futuros órgãos nacionais deste partido, José Luís Carneiro também chegou a um acordo com o novo secretário-geral para a integração de elementos do seu lado na equipa que vai elaborar o programa eleitoral do PS para as legislativas de 10 de março. Nessa equipa, que pelo lado de Pedro Nuno Santos será coordenada pela ex-ministra Alexandra Leitão, José Luís Carneiro vai colocar pela sua parte o secretário de Estado da Presidência, André Moz Caldas. O objetivo é que algumas das ideias da moção minoritária passem para o programa eleitoral do partido e, se o PS vencer as legislativas, para o Programa de Governo.

Nos últimos dias, o esforço de unidade da equipa de Pedro Nuno Santos também se tem estendido a destacados membros do Governo que não apoiaram nenhuma das candidaturas na corrida à liderança do PS, casos das ministras Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva, e do secretário de Estado António Mendes, que muito provavelmente serão convidados a integrar a futura Comissão Política.

Já em relação à candidatura de Daniel Adrião, que teve apenas 1% nas eleições para secretário-geral, a ideia da futura equipa dirigente é "não deixar pontas soltas". Ou seja, evitar que Daniel Adrião possa voltar a apresentar listas alternativas para os órgãos nacionais, recolhendo apoios de última hora entre delegados descontentes no final do congresso.

A disputa travada entre Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, desde meados de novembro, até 16 de dezembro, esteve longe de atingir os elevados níveis de confronto que caracterizaram as lutas pela liderança entre António Costa e António José Seguro em 2014, entre António Guterres e Jorge Sampaio em 1992 e entre Mário Soares e o grupo do ex-Secretariado de Salgado Zenha em 1981.

Logo na noite eleitoral em que Pedro Nuno Santos saiu vitorioso, José Luís Carneiro abriu a porta a uma colaboração com a nova direção.

"Cabe à nova liderança do partido assegurar a unidade e a pluralidade. Estaremos sempre atentos e disponíveis para colaborar no reforço do PS como o grande partido da democracia portuguesa", disse.

Pouco depois, o novo secretário-geral afirmou que contava com o ministro da Administração Interna ao seu lado na campanha.

"No PS, fazemos confrontos internos, mas depois ficamos unidos. Somos um partido inteiro. O PS sempre teve essa capacidade de se unir. José Luís Carneiro não é um militante qualquer. Candidatou-se a secretário-geral do PS", declarou.

Leia Também: Marta Temido discursa sexta-feira no Congresso do PS (antes de Costa)

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