Em declarações aos jornalistas, na estação de comboios da freguesia Agualva-Cacém, em Sintra, Rui Rocha foi questionado sobre a situação dos trabalhadores do Global Media Group (GMG), que estão hoje em greve, e a possibilidade de a Assembleia da República avançar com um inquérito parlamentar sobre o tema.
"Creio que, existindo dúvidas, e parece-me que com as audições na Assembleia da República as dúvidas se adensam, seria desejável que na próxima legislatura pudéssemos avançar com uma comissão de inquérito, se até lá não houver uma clarificação dos pontos pendentes", respondeu.
Rui Rocha afirmou que a IL "está disponível para avançar ou apoiar todas as comissões de inquérito que tenham vantagem para o esclarecimento do que se passa, em benefício para os trabalhadores que eventualmente poderão estar a ser prejudicados por atos de gestão menos claros e menos transparentes".
Bloco de Esquerda e Livre já admitiram também a necessidade de uma eventual comissão de inquérito parlamentar na próxima legislatura sobre este tema.
Rocha salientou que, no caso do grupo Global Media, "há um conjunto de questões pouco claras sobre o que é que aconteceu ao património dos órgãos de comunicação social incluídos no grupo e quem é que detém as participações".
O líder da IL expressou solidariedade com os trabalhadores que não receberam salários em dezembro, nem subsídio de Natal, e rejeitou que a solução passe por o Estado ser detentor de órgãos de comunicação social.
"Temos uma visão de que órgãos da comunicação social que ainda são detidos pelo Estado deviam ser privatizados e, portanto, não defendemos que haja uma nacionalização da Global Media e dos seus títulos e órgãos de comunicação social", salientou.
Rocha sublinhou a importância de encontrar um modelo de negócio rentável no jornalismo.
O presidente da IL esteve hoje de manhã na estação de comboios do Cacém em mais um dia greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), que já levou à supressão de vários comboios.
Os trabalhadores do Global Media Group (GMG) -- que incluem títulos como JN, DN, TSF, O Jogo, Dinheiro Vivo ou o Açoriano Oriental - estão hoje em greve, no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias, para mostrar repúdio pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo.
Estes profissionais não receberam o salário de dezembro, nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, o que viola a lei.
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