A antiga eurodeputada Ana Gomes afirmou, no domingo, que os dados recentes do Observatório da Emigração, que referem que 30% dos jovens nascidos em Portugal vivem no estrangeiro, mostram "o mais grave falhanço de governação".
"Isto é o mais grave falhanço de governação, de vários Governos porque, de facto, é não ver as implicações demográficas", começou por frisar, no habitual espaço de comentário, na SIC Notícias.
E continuou: "Sabemos que um terço das mulheres em idade fértil estão fora do país, sabemos que são muitos dos nossos mais qualificados jovens, sabemos que 65% dos jovens neste país, que cá ficam, ganham menos de 1.000 euros". Na ótica de Ana Gomes, "o que pode mudar isto é, por exemplo, uma das mais importantes propostas que Pedro Nuno Santos [secretário-geral do Partido Socialista] pôs em cima da mesa, que é transformar o perfil da nossa economia, reindustrializar a nossa economia".
Para a antiga eurodeputada, é importante "garantir que há valor acrescentado". "O papel do estado aqui é insubstituível: distribuir apoios direcionados e não distribui-los por toda a gente e escolher aqueles caminhos que efetivamente podem fazer a diferença para dar melhores condições de vida aos nossos jovens", acrescentou.
"Porque senão, o que é que vai acontecer ao nosso país?", questionou Ana Gomes.
De recordar que quase um em cada três jovens nascidos em Portugal que têm entre 15 e 39 anos deixaram o país e residem atualmente noutros países.
São cerca de 850 mil jovens, segundo uma estimativa do Observatório da Emigração citada pelo jornal Expresso na sexta-feira. Só no ano de 2013 terão saído 120 mil portugueses do país, neste grupo etário.
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