Bolas de plástico nas praias? BE questiona Governo sobre "castástrofe"

O BE questionou hoje o Governo sobre a "catástrofe ambiental" causada pelas minúsculas bolas de plástico "que começam a chegar às praias portuguesas", após terem caído ao mar, num contentor, mil sacos com 26,2 toneladas e aparecerem na Galiza.

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Lusa
18/01/2024 14:49 ‧ 18/01/2024 por Lusa

Política

Plástico

Em comunicado, a Distrital do BE de Viana do Castelo defende ser "fundamental que haja intervenção especializada e acompanhamento urgente desta situação", porque "as populações estão a mobilizar-se para tentarem limpar as praias" mas a tarefa é "particularmente difícil e extenuante porque as bolinhas de plástico são muito pequenas e confundem-se com a areia mais grossa".

Assim, o grupo parlamentar do BE perguntou ao Governo, através do ministério do Ambiente e Ação Climática, "que medidas urgentes vão ser implementadas para assegurar o acompanhamento desta situação" e "como se vai proceder à limpeza das praias".

O BE quer saber "quais os meios que vão ser ativados" e quais os "procedimentos a adotar com as autarquias bem como com o Parque Natural do Litoral Norte".

Em causa, diz o BE, está "um problema gravíssimo para o ambiente, para os oceanos, para os animais e para as praias que carece de intervenção urgente".

"Ao longo dos últimos dias, têm começado a chegar pequenas bolinhas de plástico às praias da costa Norte de Portugal. A origem desta tragédia ambiental remonta a 08 de dezembro, altura em que um cargueiro com bandeira da Libéria perdeu seis contentores, que caíram ao mar a cerca de 80 quilómetros de Viana do Castelo", descreve o BE.

Segundo o partido, "um desses contentores rebentou, derramando nas águas mil sacos (cerca 25 toneladas) contendo pequenas bolinhas brancas usadas na fabricação de plástico", também designadas por 'pellets'.

"Alguns destes sacos" e "enormes quantidades de bolinhas provenientes de sacos que terão rebentado" começaram "a dar à costa nas praias da Galiza".

Nas praias portuguesas "começaram também a surgir bolinhas de plástico", numa "invasão de plástico está a chegar inclusivamente ao Parque Natural do Litoral Norte (PNLN), que se estende ao longo de 16 quilómetros entre a foz do rio Neiva e a zona da Apúlia", diz o BE.

A distrital observa ainda que, "no âmbito do trabalho no Parlamento Europeu, os eurodeputados do Bloco de Esquerda Marisa Matias e José Gusmão assinaram em conjunto com outros eurodeputados uma carta à Comissão, ao Conselho e ao Parlamento Europeu designada 'Complaint about the environmental disaster of plastic pellet spill on the Galician coast and the need for urgent action'".

A Autoridade Marítima Nacional (AMN) recolheu, desde 08 de janeiro até terça-feira, cerca de 950 partículas de plástico entre Caminha e Figueira da Foz, disse na quarta-feira à Lusa fonte oficial.

"Continuamos a falar de quantidades pouco significativas. Algumas partículas não sabemos se serão iguais às que foram parar à Galiza após a queda do contentor, outros certamente não são, porque apresentam sinais de desgaste. Se cada partícula tiver um grama, que não tem, mil partículas seriam um quilograma", observou o porta-voz da AMN.

No âmbito do plano Mar Limpo, ativado na semana passada em Portugal devido às partículas de plástico que deram à costa no Norte de Espanha, em particular na Galiza, a AMN "reforçou o patrulhamento" nas praias de Caminha e Viana do Castelo, com "mais patrulhas diárias", mantendo "patrulhas diárias" em toda a área do departamento marítimo do Norte, que abrange as capitanias entre Caminha e Figueira da Foz.

No balanço de hoje, a Xunta da Galiza revelou ter recuperado nas praias, desde dia 10 de janeiro, "3.130 quilos de 'pellets', o equivalente a 125 sacos", para além de 7.700 quilos de outros plásticos.

Estão hoje no terreno "mais de 400 pessoas divididas por 51 praias de 27 concelhos".

Leia Também: Equipas de recolha retiraram mais plástico do que pellets na Galiza

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