O presidente do CDS, Nuno Melo, esclareceu, este sábado, que a Aliança Democrática (AD), composta por aquele partido conservador, pelo Partido Social Democrata (PSD) e pelo Partido Popular Monárquico (PPM) "não viabilizará um governo de Esquerda, qualquer que seja", contrariando as suas afirmações anteriores de que a coligação deixaria o Partido Socialista (PS) governar em minoria.
"As regras têm de ser iguais para todos. A AD não viabilizará um governo de esquerda, qualquer que seja. Aliás, a questão nem se porá, porque a AD trabalhará para vencer e dar uma nova esperança a Portugal", escreveu Nuno Melo, na rede social X (Twitter).
O eurodeputado adiantou que, "em condições normais, quem vence deve governar", ao mesmo tempo que apontou que "a normalidade desapareceu quando o PS governou perdendo eleições e Pedro Nuno Santos esclareceu que não viabilizará um governo à sua Direita, abrindo as portas a uma geringonça 2.0, que seria um desastre para Portugal".
"A AD é a única alternativa estável, lúcida, previsível e com quadros capazes - que não teve de recrutar no refugo de outros partidos - para tirar o PS do poder. Vencer as eleições sem depender dos outros, é a principal prioridade que melhor serve os interesses de Portugal", disse ainda.
Mais do que tresler o pensamento alheio, André Ventura deveria tratar de deixar de ser a muleta útil do PS, nítida no anúncio de que o Chega apresentará uma moção de rejeição a um governo da AD, fazendo um gigantesco favor ao PS, BE, CDU, PAN e Livre ( 1/5) pic.twitter.com/B7ORkKS6a0
— Nuno Melo (@NunoMeloCDS) January 20, 2024
Nuno Melo não deixou de tecer duras críticas ao líder do partido de extrema-direita Chega, André Ventura, que disse, também este sábado, haver um "sentimento de revolta" entre PSD, CDS e Iniciativa Liberal, depois de o centrista ter admitido que a AD poderia viabilizar um eventual Governo minoritário do PS com uma maioria de direita no Parlamento, durante uma entrevista à CNN Portugal.
"Mais do que tresler o pensamento alheio, André Ventura deveria tratar de deixar de ser a muleta útil do PS, nítida no anúncio de que o Chega apresentará uma moção de rejeição a um governo da AD, fazendo um gigantesco favor ao PS, BE, CDU, PAN e Livre. Esta circunstância ajuda a perceber a importância da AD vencer as eleições em condições de não depender dos mandatos do Chega. Certeza absoluta: quanto mais o Chega crescer, mais o PS ficará próximo de governar", rematou.
Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 7 de novembro, devido a uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que o visa.
O chefe de Estado aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e anunciou a formalização da demissão do Governo para o dia 7 de dezembro. Por seu turno, apontou a dissolução do Parlamento para 15 de janeiro, no contexto das eleições legislativas antecipadas, marcadas para 10 de março.
Leia Também: André Ventura ataca AD por admitir viabilizar eventual Governo do PS