Cordeiro? "'Mão invisível' está a afastar alguns dos nossos melhores"
Edite Estrela afirma "respeitar a opção" do atual ministro do Ambiente - que não vai integrar as listas do PS nas eleições Legislativas de 10 de março - mas não pode "deixar de lamentar".
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Política Edite Estrela
Após a notícia de que Duarte Cordeiro não irá integrar as listas do Partido Socialista (PS) nas eleições Legislativas do próximo dia 10 de março, a histórica socialista Edite Estrela recorreu ao Facebook para "lamentar" que o atual ministro do Ambiente - um dos "nossos melhores" - se 'afaste'.
"Duarte Cordeiro decidiu não ser candidato a deputado nas eleições de 10 de março, porque o seu nome foi referido no âmbito do caso Influencer, embora não seja arguido", começou por recordar Edite Estrela.
"Respeito a sua opção, mas não posso deixar de lamentar que [uma] 'mão invisível' esteja a afastar da política alguns dos nossos melhores", salientou ainda na mesma publicação.
Para a socialista, Portugal "precisa de dirigentes políticos como Duarte Cordeiro". "Um forte abraço amigo e solidário, querido Duarte", terminou.
Recorde-se que o ministro do Ambiente e da Ação Climática não pretende integrar as listas alegadamente devido às suspeitas que recaem sobre si no que diz respeito à Operação Influencer, avançou o jornal Público, na sexta-feira.
Este sábado, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, escusou-se a comentar as razões que levaram o seu número dois a afastar-se da vida política, mas apontou que o governante colaborará na campanha eleitoral. "Conto com o Duarte para me ajudar. Ele aceitou, felizmente, ser membro do secretariado nacional e, pelo menos, nessa qualidade vai colaborar com o partido dele, e comigo", adiantou Pedro Nuno Santos, à saída de um encontro com personalidades da Saúde, para preparar o programa eleitoral.
E realçou: "É um grande amigo meu, há muitos anos. Tem estado e está ao meu lado, a ajudar, mas tem sido sempre, em todas as funções que ocupou, um grande político, e é um grande ministro do Ambiente."
Sublinhe-se que a Operação Influencer levou às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, a 7 de novembro. São ainda arguidos no caso o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado João Tiago Silveira e a Start Campus.
O processo foi, entretanto, separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.
António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a marcar eleições antecipadas para 10 de março.
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