"Esta ausência de resposta, este silêncio de Luís Montenegro faz-nos perguntar o que é que ele esconde? Do que é que tem medo? Porque é legítima a nossa suspeita de que aquilo que está em causa é uma aliança entre o PSD e o Chega para impedir o PS de Governar", afirmou Pedro Nuno Santos, que falava num comício em Vila Real.
O líder socialista continuou: - "É por isso que nós exigimos clareza e transparência, resposta, frontalidade".
Três dias depois do debate televisivo entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática, o secretário-geral do PS voltou ao assunto.
"Já vão três dias de um debate que foi definidor, um debate onde ficou clara a diferença entre dois projetos diferentes para o país e entre dois candidatos e onde ficou clara a impreparação do candidato do PSD, o desconhecimento do seu programa, mas sobretudo a falta de frontalidade e de clareza com que surge perante os portugueses", afirmou.
Pedro Nuno Santos disse que se exige aos políticos "clareza, frontalidade" e que em democracia é assim que, quem quer ser primeiro-ministro, se deve relacionar com o seu povo.
"Nós deixamos clara qual seria a nossa posição se vencêssemos ou se perdêssemos as eleições. Fomos claros e nós não exigimos nada menos do que isso. Luís Montenegro continua há três dias calado, sem responder, sem dizer o que fará quando o PS vencer as eleições", salientou.
Para o líder socialista, "em democracia é preciso ter a coragem, a audácia, a ousadia de ser claro, de ser transparente."
"Nós não exigimos nada menos do que isso, do que a clareza e a transparência", sublinhou.
"O líder do PSD tem dito ao longo dos últimos tempos que não é não, não é não ao Chega, mas o Chega tem dito que sim é sim, que acabarão por ir para o Governo se houver uma maioria de direita, com ou sem Montenegro", reforçou.
O tema que se destacou do debate de segunda-feira marcou o início do discurso de Pedro Nuno Santos no comício em Vila Real, perante uma sala cheia de militantes e simpatizantes.
Mas, ao longo de 35 minutos, o líder socialista abordou outros assuntos que em que tem insistido ao longo desta pré-campanha para as eleições de 10 de março, como o choque salarial ou o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
À chegada ao Teatro Municipal de Vila Real, o secretário-geral do PS foi recebido algumas dezenas de polícias e de militares da GNR, que se mantiveram silêncio e de costas voltadas para a comitiva socialista, em sinal de protesto.
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