No debate desta manhã nas rádios, que opôs quase todos os líderes de partidos com assento parlamentar, Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos concordaram sobre o facto de um eventual acordo depois das eleições de 10 de março ser escrito, tendo o líder do PS elogiado a posição do antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que em 2015 exigiu aos partidos da geringonça um compromisso assinado.
"Acho que é do mais elementar bom senso. Já o disse várias vezes. Não há um acordo que não seja escrito. Ouvimo-lo hoje pela primeira vez da boca do secretário-geral do PS", respondeu a líder do BE aos jornalistas quando se juntou esta tarde ao protesto dos trabalhadores da Teleperformance, em Lisboa.
Mortágua afirmou que ficou a saber desta posição de Pedro Nuno Santos no debate e, questionada se tinha ficado surpreendida, respondeu que a única razão pela qual não ficou foi "porque esta é a única forma de haver um acordo, é ele ser escrito".
"Já foi assim no passado. Penso que devemos naturalizar essa questão e focarmo-nos nos conteúdos e os conteúdos são salários, educação, habitação e saúde", defendeu.
Para a líder do BE, "a única forma de fazer o acordo duradouro que transforme a vida da maioria das pessoas é se o acordo serve para uma legislatura" porque é dessa forma que "se pensam políticas a longo prazo", permitindo o facto de ser escrito que este possa ser escrutinado.
"Agora é a determinação política, é a vontade política, é a força do voto que pode garantir as condições para termos uma lei laboral diferente para termos melhores salários em Portugal", enfatizou, deixando claro que "a questão laboral é tão importante como a questão da saúde, da habitação, da educação".
Estas prioridades para o país "é o que pode fazer com que Portugal vire a pagina da maioria absoluta, recupere das crises que foi alimentando e possa ter um futuro mais digno para toda a gente que aqui quer viver".
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