Direita levanta "medo" sobre imigração para que seja "clandestina"
A coordenadora do BE considerou hoje que, quando a direita levanta "medo e suspeitas" sobre a imigração necessária para Portugal, apenas quer "mais imigrantes clandestinos", pedindo melhorias no funcionamento da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images
Política Legislativas
Mariana Mortágua dedicou a manhã do seu 10.º dia de campanha a uma visita à Associação Solidariedade Imigrante, em Lisboa, onde falou com muitas pessoas que esperavam para ser atendidas e ouviu as queixas e as preocupações de uma instituição que diz substituir-se muitas vezes ao Estado e com poucos apoios.
"Por cada um euro que os imigrantes recebem, pagam sete à Segurança Social, são essenciais à economia portuguesa e quem vem levantar suspeitas, quem vem levantar medo sobre os imigrantes, na verdade, não é porque quer menos imigrantes, quer é mais imigrantes clandestinos", condenou.
Segundo a coordenadora bloquista, ouve-se "muitas vezes a direita falar sobre os perigos da imigração irregular", mas em "autarquias em que a direita governa, estão a ser criados entraves à regularização de imigrantes".
"A economia precisa destes imigrantes, eles estão aqui por causa da economia. Querem [a direita] imigrantes mais explorados, mais mal pagos, à mercê desta economia voraz e selvagem e nós não podemos aceitar isso, porque Portugal é um país que respeita toda a gente que trabalha e toda a gente nos procura", criticou.
Para Mariana Mortágua, o facto de ter deixado de ser o SEF a acolher estes imigrantes foi muito importante, mas Portugal "tem de melhorar essa capacidade administrativa para regularizar imigrantes e para poder garantir que toda a gente tem acesso a serviços públicos essenciais".
"O que é preciso fazer agora é garantir que a agência [AIMA] que está destinada ao acolhimento de imigrantes funciona e o que se viu até agora é uma enorme confusão", criticou.
De acordo com a líder bloquista, todo o processo de extinção do SEF e de criação da AIMA "deixou em atraso milhares de processos de regularização", o que "só contribui para a insegurança de vida destas pessoas".
"Nunca sabem como é que o amanhã, contribui para a exploração laboral, porque trabalhadores sem direitos e que não estão regularizados estão sempre muito mais sob ameaça de exploração e de abuso", lamentou.
Foi precisamente para denunciar esta situação que o BE quis fazer esta visita e deixar um alerta: "Portugal precisa de imigrantes, a economia precisa de imigrantes".
"Não há lares a funcionar, não há agricultura, não há construção, não há pescas, não há turismo sem imigrantes. Façamos o que está certo e o que está certo é acolher estas pessoas, acolher com direitos humanos", pediu.
Para Mariana Mortágua, este é "um tema incontornável" e no qual se tem "visto muita desinformação e muita mentira" contra as quais são precisas "posições fortes e inequívocas".
"Eu quero saudar, por isso, o papel da comunicação social, que foram os primeiros a dizer que não há um problema de insegurança em Portugal causado pela migração. Ter esta capacidade para informar as pessoas, para destruir mentiras, para destruir falsidades que são atiradas para o debate público é aquilo que nos permite ter um debate sério, honesto e elevado, informado sobre imigração", elogiou.
A líder do BE quer, após as eleições, abrir um debate "com todos os partidos que fazem uma maioria de esquerda" sobre direitos humanos e "como tratar todas as pessoas" que chegam a Portugal, dando-lhes direitos e deveres.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
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