PAN nunca aceitará Governo dependente da "extrema-direita"
A porta-voz do PAN afirmou hoje que o partido nunca aceitará um Governo que "coloque a extrema-direita populista e antidemocrática" como solução, apelando ao voto no próximo domingo.
© Pedro Granadeiro / Global Imagens
Política Inês Sousa Real
"Nunca aceitaremos uma solução que direta ou indiretamente coloque a extrema-direita populista e antidemocrática na equação. Deixámos isso bem claro e continuamos a deixar", realçou Inês Sousa Real, durante do jantar de encerramento da campanha do partido numa unidade hoteleira em Lisboa, que juntou cerca de 300 pessoas.
De acordo com a cabeça de lista do PAN por Lisboa, o partido mostrou que "tem responsabilidade, mas que não passa cheques em branco ao Governo, sobretudo, quando está em causa Portugal e os cidadãos".
"Deixámos claro que serão os partidos em melhores condições para governar que terão de dizer em que medida se aproximam do PAN e não o contrário. Não somos nós que cedemos, porque as nossas causas e valores são irrenunciáveis. Somos absolutamente irredutíveis com qualquer retrocesso por mais pequeno que possa ser, tal como fizemos na Madeira", precisou.
A ambição de voltar a ter um grupo parlamentar e a afirmação como principal força progressista com políticas verdes marcaram a campanha do PAN, disse Inês Sousa Real, que criticou o que chamou de conservadorismo da AD e de falta de obra feita do PS.
"Temos que nos lembrar também que o PS, da sua maioria absoluta, foi o partido que ainda este ano aumentou em 25% o valor dos subsídios perversos para que as grandes poluentes possam continuar a usar combustíveis fósseis e aumentar as emissões do nosso país. Quem mais lucra e mais polui continua a beneficiar de borlas fiscais", acusou.
A líder do PAN lembrou também Eduardo Oliveira e Sousa, candidato da AD por Santarém, criticando-o por ser "um rosto do negacionismo climático, cujo programa político significaria um retrocesso e um aumento escandaloso das emissões" que levaria Portugal ao incumprimento do Pacto Ecológico Europeu e do Acordo de Paris.
Inês Sousa Real recordou ainda Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM em coligação com PSD e CDS, que "deveria estar numa candidatura em 1979 e não em 2024".
"É embaraçoso, pois é, mas não deixamos que se esqueçam. O candidato da coligação em Lisboa, que defende que as mulheres nasceram para lavar a loiça ou até mesmo Paulo Núncio, o número dois da AD em Lisboa, que defende que um novo referendo para a Interrupção Voluntária da Gravidez é possível, algo que representa um retrocesso de quase 20 anos no nosso país", frisou.
A líder do PAN deixou ainda críticas ao cabeça de lista do Chega por Aveiro.
"Os populistas também têm grandes pérolas e não esquecemos que Pedro Alves, cabeça de lista do chega em Aveiro, é um condenado por violência doméstica, mas depois batem no peito e dizem que são contra a corrupção são contra a violência", disse.
Disparando em várias direções, Inês Sousa Real não esqueceu a Iniciativa Liberal e o Livre, dizendo que esses dois partidos continuam a "achar que a energia nuclear é a solução para atingir a neutralidade carbónica, mesmo sabendo a quantidade de água e o risco que existe na utilização destas energias".
"Foi o PAN que conseguiu aprovar a lei do clima, com metas vinculativas e novos direitos ambientais, foi o PAN que garantiu medidas de combate à seca, alterando a lei da água", recordou.
"É o PAN que, neste momento, tem que a garantia que vamos conseguir nos primeiros 100 dias de legislatura cumprir todas as disposições da lei do clima que o PS não cumpriu", prosseguiu, acrescentando que "quer eliminar todos os subsídios públicos aos combustíveis fósseis e à tauromaquia, canalizando estas verbas para produções de energias renováveis".
Depois de ter conseguido eleger André Silva em 2015, o PAN assegurou quatro lugares no parlamento em 2019, mas voltou a ter um único representante após as legislativas de 2022.
Durante a campanha, dois membros do PAN eleitos para a Assembleia Municipal de Faro anunciarem a desfiliação, acusando a direção nacional de estar cada vez mais distante dos seus princípios orientadores.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
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