Essas posições foram transmitidas por Pedro Nuno Santos logo na sua declaração inicial, após ter assumido a vitória da AD (Aliança Democrática) nas eleições legislativas de domingo.
"Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os cidadãos descontentes com o PS", declarou o líder socialista, antes de se referir à subida eleitoral registada pelo Chega nestas eleições.
Para Pedro Nuno Santos, "o Chega teve um resultado muito expressivo que não dá para ignorar, não há 18,1% de portugueses votantes racistas e xenófobos, mas há muitos portugueses zangados que sentem que não têm tido representação e aos quais não foi dada resposta aos seus problemas concretos".
Tendo ao seu lado o presidente do PS, Carlos César, e o diretor de campanha, João Torres, o secretário-geral socialista afirmou que o objetivo central "passará por mostrar-lhes que as soluções para os problemas concretos das suas vidas passam" pelo seu partido, e não pela AD ou pelo Chega.
"Trabalharemos ao longo dos próximos meses, no futuro, para conseguir convencer e voltar a ter connosco todos os que estão descontentes com o sistema político e com o PS. O nosso caminho começa agora, hoje", acentuou, recebendo uma prolongada salva de palmas.
Depois, citou Mário Soares: "Só é vencido quem desiste de lutar, nós não desistimos. Vamos ter muito combate pela frente, com a convicção que voltaremos a reconstruir uma maioria que nos permita governar Portugal".
Questionado se exclui um entendimento à esquerda, tendo em conta que, segundo os dados disponíveis até ao momento, a AD e IL juntas têm menos deputados do que PS, BE, CDU e Livre, Pedro Nuno Santos argumentou que isso é um facto e por isso é que tem "dificuldade em perceber a grande vitória que vai em Santana à Lapa", numa referência à sede do PSD, em São Caetano à Lapa.
"No entanto, sejamos realistas: Qualquer solução dessas teria um chumbo de toda a direita", referiu, salientando que, apesar de a AD (Aliança Democrática) e a IL terem ambas excluído acordos com o Chega, a verdade é que, "na hora de uma solução apresentada pelo resto da esquerda, ela seria chumbada por toda essa direita que se uniria".
"Por isso, quer dizer, está fora de questão. As coisas são simples, são claras, não as compliquemos e deixemos a tática de fora: nós não temos uma maioria e, se não temos uma maioria, não a podemos apresentar como solução", acrescentou
[Notícia atualizada às 01h40]
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