O antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Marques Mendes, comentou já na madrugada desta segunda-feira os resultados eleitorais, considerando que ainda há ética política, depois de Luís Montenegro ter reiterado o "não é não" no que diz respeito a uma coligação com o Chega.
"Passar uma campanha eleitoral com uma orientação muito clara e depois dar o dito por não dito era impossível", começou por dizer Marques Mendes no seu espaço de comentário na SIC Notícias.
O comentador assumiu que a vitória da AD "é curta", mas que dá "legitimidade" ao partido "para governar", apesar de ter menos "força do que pensava" devido à "margem pequena" face ao Partido Socialista.
Marques Mendes considerou que Montenegro terá agora de "constituir um bom governo" e ter "uma boa capacidade de ação" para dar início ao "novo ciclo político" que começa em Portugal.
Já no que diz respeito ao líder socialista, Marques Mendes entende que "Pedro Nuno Santos não é prejudicado com esta derrota".
"Esta derrota não o afeta. Acho que, para os seus objetivos e face às sondagens e expectativas que existiam, ele sai bem. Perde por uma unha negra, consolida-se na liderança [do partido]... Portanto, esta é uma derrota que não é amarga para Pedro Nuno Santos", considerou Marques Mendes.
De recordar que, de acordo com os dados mais recentes disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), a Aliança Democrática venceu a corrida eleitoral com 29,49% dos votos e 79 mandatos.
O Partido Socialista conseguiu 1.757.879 dos votos (28,66%), o que resulta, até agora, em 76 assentos parlamentares. E, no terceiro lugar do pódio, está o Chega - que reforça a sua posição como 3.ª força política, conseguindo eleger 48 deputados – e ultrapassando um milhão de votos.
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