"Eleição para o Presidente da AR parece um recreio, todos andam à bulha"
Um artigo de opinião assinado por Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores.
© Joaquim Jorge
Política Artigo de opinião
"A eleição para o Presidente da Assembleia da República parece um recreio, em que todos andam à bulha e ninguém se entende.
O tempo da escola para os deputados já acabou há muito tempo. Pelo que me apercebi havia um acordo entre o PSD e o Chega: eleger pelo PSD, José Pedro Aguiar- Branco presidente; eleger pelo Chega vice-presidente Diogo Pacheco de Amorim.
Porém no dia anterior à noite Nuno Melo e Paulo Rangel vieram dizer que não havia acordo nenhum. Vai daí o Chega absteve-se. Vamos lá ver se nos entendemos! Havia acordo ou não havia acordo?!
O PSD ainda não percebeu que para almejar o seu projeto de governação tem de fazer cedências em propostas e em lugares.
Montenegro tem de perceber que o tempo e o estilo de Cavaco Silva já passaram. Atualmente, as circunstâncias são diferentes, o Chega não é o PRD.
Se fosse vivo, Sá Carneiro com certeza adaptar-se-ia às novas circunstâncias e atuaria de outra maneira.
A fuga para a frente sem falar com ninguém, ou falar e ter vergonha de falar, ou falar e dizer que não falou não funcionam.
É difícil imaginar pior começo da legislatura e acentua-se o cenário de imprevisibilidade para o futuro.
O Chega com os seus 50 deputados e cerca de 1,2 milhões de votos fez-se ouvir.
Como diz Ricardo Costa, diretor da SIC, “é o que é e não vale a pena ignorar o Chega”. Os portugueses ditaram este Parlamento e tem de se trabalhar com isso.
Continuo a dizer que ignorar o Chega, fazer deste partido algo menor e não ter em conta a sua força é um erro de Crasso.
Esta não eleição de José Pedro Aguiar- Branco mostra à sociedade como a vitória do PSD é ténue e ínfima.
Convém entenderem-se para o descrédito não ser total. Qualquer acordo entre partidos (Chega, PSD ou PS e restantes partidos) deve ser conhecido por todos os portugueses de forma transparente e clara.
Depois, quem não cumprir, os portugueses perceberão.
O jogo do gato e do rato quase sempre não tem vencedores".
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