Patrícia Dantas? "Considerar isto um caso não é só excessivo, é capcioso"
Líder parlamentar do PSD comentou polémica em torno de Patrícia Dantas, que foi convidada pelo ministro de Estado e das Finanças para ser sua adjunta, mas que não chegou a assumir funções por um alegado envolvimento num processo judicial relacionado com a obtenção de fundos europeus.
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Política Hugo Soares
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, criticou, esta quinta-feira, a polémica gerada em torno de Patrícia Dantas, escolhida para ser adjunta do ministro das Finanças, que acabou por não assumir funções por ser arguida num processo judicial que teve início em 2017.
"Considerar isto um caso ou comparar isto com a queda de membros do governo sucessiva no anterior Governo não é só excessivo, é até um bocadinho, como agora se diz e está na moda, capcioso", disse o social-democrata em conferência de imprensa, na Assembleia da República, depois de uma reunião da Conferência de Líderes.
Hugo Soares insistiu que Patrícia Dantas não chegou a ser a assumir funções e deixou críticas à comunicação social.
"Querem comparar uma pessoa que estava para ser nomeada para um gabinete e que não foi nomeada, uma assessora, com membros do governo?", questionou. "Cheguei a ler na comunicação social, ontem, 'O Governo tem a primeira baixa'. Devo dizer que foi com gargalhada que eu encarei essa noticia. Considerar que uma assessora que estava para entrar para o Governo e que não entra é uma baixa no Governo é algo absolutamente extraordinário", criticou.
Hugo Soares pediu "o maior rigor na análise" destas situações e reiterou que a "questão ficou resolvida" porque Patrícia Dantas não tomou posse.
"Havia uma pessoa que ia ser contratada para um gabinete ministerial, que se percebeu que não deveria por força das condições que foram tornadas publicas. A questão ficou resolvida, a pessoa não chegou sequer a tomar posse", reforçou.
Confrontando com o facto de Patrícia Dantas ter sido escolhida para o cargo e de a desistência só ter surgido depois de o caso ser noticiado na imprensa, Hugo Soares defendeu que "os portugueses" também tinham conhecimento, uma vez que foi eleita deputada "nas mesmas circunstâncias".
"Não era só o PSD que tinha conhecimento desse caso, os portugueses também", disse. "A senhora em causa, que foi deputada nas mesmas circunstâncias, foi eleita por duas vezes, sabe com o voto de quem? Com o voto dos portugueses, que sabiam porque isso era amplamente noticiado de que ela tinha, de facto, essa pendência judicial que sob ela incorria e que espero, evidentemente, que possa ficar resolvida o mais rapidamente possível, a bem da realização da justiça e de um principio para mim fundamental que é o da presunção da inocência", acrescentou, garantindo "transparência total".
Programa de Estabilidade e ausência de Miranda Sarmento do debate de urgência sobre alívio fiscal?
Já quanto aos projetos de resolução anunciados contra o Programa de Estabilidade, o social-democrata remeteu essa discussão para a próxima semana, quando ocorrerá a discussão do documento na Assembleia da República.
"Os projetos de resolução ainda não foram apresentados, ainda não conheço os textos e, como tive ocasião de dizer, o Programa de Estabilidade será discutido na próxima semana", disse.
"Hoje mesmo discutiremos a questão do IRS e devo dizer-lhe que estou com muita vontade de fazer essa discussão, porque é uma discussão muito importante para a vida dos portugueses, que tem a ver com a descida dos impostos sobre a classe média", afirmou aos jornalistas.
Interrogado sobre a ausência do ministro das Finanças, Miranda Sarmento, desse mesmo debate, Hugo Soares assegurou que a "discussão e representação do Governo está acautelada" pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.
"Creio que é do conhecimento público que o senhor ministro das Finanças está nos Estados Unidos a acompanhar a reunião do FMI e também creio que é do conhecimento publico que o senhor ministro das Finanças não tem o dom de estar em dois sítios ao mesmo tempo", atirou.
"O debate pode fazer-se o ministro dos assunto parlamentares, agora ele [Miranda Sarmento] é que não se podia fazer substituir na reunião com o FMI, em Washington. Parece-me evidente, que a discussão e a representação do Governo está acautelada", completou.
[Notícia atualizada às 13h15]
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