"Sou surpreendido desagradavelmente com uma intervenção do presidente do partido, quando era exigível e esperado que apelasse à união, criasse condições de união, afinal teve um discurso nessa parte de líder de fação e não de presidente de um partido", disse Manuel António Correia.
O social-democrata falava aos jornalistas após o discurso de Miguel Albuquerque na abertura do 19.ºcongresso regional do PSD/Madeira que decorre este fim de semana, no Funchal.
Na sua intervenção, Miguel Albuquerque considerou ser importante "acabar com as divisões" e apostar na união do partido, indicando aos militantes apoiantes da candidatura derrotada que "não vale a pena ficarem com reservas mentais e ficarem ressabiados".
"Vim para cá animadíssimo, na tentativa de ajudar a encontrar condições para que PSD tenha vitória clara em 26 de maio e tenha condições para formar governo na região", afirmou Manuel António.
Criticou as "diversas referencias claras e óbvias" aos seus apoiantes, considerando que foram "deselegantes e incorretas" em relação à metade dos militantes do partido que apoiaram a sua candidatura nas últimas eleições internas, "desunindo" os sociais-democratas insulares.
"Em vez de unir e de praticar a união, o presidente do partido está a tentar desunir e a praticar a desunião", reforçou.
O social-democrata argumentou que não são os apoiantes da sua candidatura "o problema do PSD", argumentando ser "exigível que o presidente do partido se apresentasse como o presidente da união, que apelasse à participação de todos e criasse condições para que todos possam participar".
"O Dr. Miguel Albuquerque passou a intervenção, e com as referências que fez, desuniu o partido e assume a responsabilidade por essa circunstância", tendo no horizonte mais próximo as eleições de 26 de maio, sublinhou.
Manuel António indicou ser "suficientemente adulto e ter suficiente sentido de responsabilidade" para não alterar a sua posição relativamente o partido.
"Pelos vistos eu é que estou a agir como presidente do PSD e não o presidente eleito (...) que age como responsável de uma fação", referiu.
Manuel António concluiu que Miguel Albuquerque é o presidente que "em vez de unir está a tentar desunir e a praticar a desunião".
Miguel Albuquerque, que derrotou nas eleições internas, a 21 de março, pela segunda vez, o antigo secretário do Ambiente e Recursos Naturais Manuel António, obtendo 2.243 votos contra 1.856 da lista do seu adversário, num universo de 4.388 militantes em condições de votar.
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