PCP preocupado com 15 mil utentes sem médico de família
O PCP manifestou-se hoje preocupado com a "grave carência" de clínicos em centros de saúde do Baixo Alentejo, onde mais de 15 mil utentes, cerca de 12% da população abrangida, estarão sem médico de família.
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Política Baixo Alentejo
Num comunicado enviado à agência Lusa, o Grupo Parlamentar do PCP refere que fez um levantamento e percebeu que faltam 12 médicos de família na área de intervenção da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
A falta dos 12 clínicos "corresponde a mais de 15 mil utentes sem médico de família", ou seja, "cerca de 12% da população", considerando que a Unidade Territorial para Fins Estatísticos (NUT) do Baixo Alentejo tinha 125 mil habitantes em 2011, aponta o PCP.
Trata-se de "uma carência acima da média nacional, que rondará os 10%", frisa o PCP, precisando que a falta de clínicos afeta os centros de saúde de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Ferreira do Alentejo e, com destaque, Moura, onde há "cerca de 7.500 utentes" sem médico de família.
O PCP manifestou-se também preocupado com a "carência" de assistentes operacionais e técnicos, "com maior acuidade para a área administrativa", o que "põe em causa o atendimento dos utentes".
O número de enfermeiros, apesar de não apresentar "uma falta com a gravidade da dos clínicos", poderia ser reforçado, defende o PCP, referindo que o reforço das equipas de enfermagem nos centros de saúde de Aljustrel, Almodôvar, Ferreira do Alentejo e Moura, com um total de sete enfermeiros, "melhorava a capacidade de respostas dos serviços em alguns programas de saúde concretos".
De acordo com o PCP, "em apenas quatro" dos 13 centros de Saúde do Baixo Alentejo "não se registam quaisquer carências ao nível dos recursos humanos".
No passado dia 17, a ULSBA anunciou hoje ter contratado seis médicos de família, que começaram a trabalhar esta semana para "colmatar a carência" de clínicos nos centros de saúde de Aljustrel, Moura, Ferreira do Alentejo, Vidigueira e Almodôvar.
A ULSBA reafirmou "o seu propósito de tomar todas as providências para assegurar que todos os utentes da responsabilidade da ULSBA tenham um médico de família".
A contração dos seis médicos de família, embora "minorando o problema, é manifestamente insuficiente para a falta que existe", lamenta o PCP, referindo que os deputados comunistas João Ramos e Carla Cruz já questionaram o Ministério da Saúde sobre o "problema" da falta de clínicos na ULSBA.
Através da pergunta, os deputados querem saber se o Ministério da Saúde confirma os números apontados pelo PCP e que diligências está a desenvolver para cumprir a resolução aprovada na Assembleia da República, que partiu de um projeto do grupo parlamentar comunista e recomenda ao Governo que "estabeleça medidas políticas de colocação de recursos humanos médicos no distrito de Beja".
Os deputados também querem saber se o Ministério da Saúde confirma a falta de assistentes operacionais e técnicos e qual a sua implicação nos serviços e se está prevista a colocação de profissionais desta categoria e de algum procedimento para recrutamento de enfermeiros.
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