"Foi uma má decisão, uma decisão inoportuna e do ponto de vista estratégico para o PSD é má", disse o também presidente demissionário do Governo Regional da Madeira aos jornalistas à margem de uma visita a uma empresa.
Miguel Albuquerque vincou disse ter votado, na segunda-feira, no Conselho Nacional do partido, contra a lista de candidatos da coligação AD ao Parlamento Europeu, um sufrágio que se realiza a 09 de junho.
O líder social-democrata madeirense salientou que o PSD é governo nas duas regiões autónomas, que o Tratado de funcionamento da União Europeia considera serem "casos específicos, como regiões ultraperiféricas que devem ser tratadas de forma diferenciada pelas suas especificidades".
"O que eu disse ontem é que considerava de facto que era uma falta de consideração pelas ilhas e, sobretudo, pelas populações das ilhas", disse, salientando que ao longo dos anos, o PSD sempre atribuiu lugares "facilmente elegíveis" aos dois candidatos da Madeira e dos Açores.
Albuquerque argumentou que, do ponto de vista estratégico, o PSD "sempre se identificou com as autonomias" e teve consideração pela "extensão do território nacional ás ilhas como algo que é essencial e deve ser afirmado no quadro europeu".
O dirigente social-democrata madeirense opinou que a eleição de um representante da Madeira em 9.º lugar é uma "situação mais complicada", realçando que "quando o PSD não estava no poder nacional foi sempre considerada a Madeira em lugar elegível".
Mas, acrescentou que, do ponto de vista político, a Madeira não pode deixar de figurar na lista, porque a ausência de um candidato da região "seria desmotivador para as eleições", pelo que vai manter a candidatura de Rubina Leal.
"Isso não quer dizer que se o resultado for bom o nosso candidato não entra. Mas eu acho que foi uma má decisão d direção nacional do PSD", enfatizou.
No seu entender, em causa está a situação da direção nacional do PSD considerar, ou não, as regiões autónomas "importantes, com representação no Parlamento Europeu"
"O que a direção [nacional do PS] fez foi não considerar", sublinhou.
Miguel Albuquerque assegurou ainda que o PSD/Madeira "vai a todas as eleições", mas as regionais antecipadas de 26 de maio são o foco do partido.
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