O comentador Miguel Sousa Tavares considerou, na quinta-feira, que as polémicas declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante um jantar com a Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal, mostram que o chefe de Estado está "fora de controlo" e com "incontinência verbal", tornando-se um "problema" para o país.
"Acho que temos um problema com o Presidente da República. Como se não bastassem os problemas que já temos, agora temos um problema porque acho que está fora de controlo", referiu no seu habitual espaço de comentário na CNN Portugal.
Para o comentador, o que "mais chocou na questão da reparação dos 500 anos do colonialismo", quando Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Portugal "tem de pagar," foi o facto de o Presidente da República "ter ido buscar um tema tão divisivo na véspera do 25 de Abril, que é um dia de unidade".
"Aquele que mais responsabilidade tinha de tocar à unidade dos portugueses foi buscar, na véspera, um tema para dividir os portugueses. Um tema que é muito sério, que merece uma discussão séria, mas que não pode ser tratado com aquela leviandade histórica", afirmou.
Miguel Sousa Tavares acusou ainda Marcelo Rebelo de Sousa de ter sido "ofensivo" para com o ex-primeiro-ministro, António Costa, ao descrevê-lo como "lento" por ser "oriental". "De caminho ofendeu todos os povos da Ásia numa só penada", considerou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, comparou o atual primeiro-ministro e o seu antecessor. As declarações foram feitas na terça-feira, durante um jantar com jornalistas estrangeiros.
Notícias ao Minuto com Lusa | 16:36 - 24/04/2024
"Acho que ele [Marcelo] atingiu um ponto de incontinência verbal em que acha que tudo lhe é permitido. Diz as coisas sem pensar", atirou, reiterando que o Presidente da República está "fora de controlo".
O comentador considerou, no entanto, que o "problema" com Marcelo Rebelo de Sousa "não era previsível" porque o seu primeiro mandato foi uma "descompressão" face ao seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, e, por isso, "seria de esperar que tivesse sensibilidade suficiente para que se manter nesse registo e não se tornar - como se tornou - num factor de perturbação na vida política e nas instituições".
"Ele próprio está a tornar-se num problema. Isso não é saudável, é preocupante", frisou.
Em causa estão declarações de Marcelo Rebelo de Sousa num jantar com jornalistas estrangeiros, na noite de terça-feira, durante o qual comparou o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, com o seu antecessor, António Costa.
Para o Presidente da República, Montenegro tem "comportamentos rurais", ao passo que António Costa é "lento por ser oriental".
No mesmo jantar, afirmou que Portugal tem de "pagar os custos" do colonialismo. "Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
No evento, Rebelo de Sousa disse que Portugal "assume toda a responsabilidade" pelos erros do passado e lembra que esses crimes, incluindo os massacres coloniais, tiveram custos.
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