Livre. Europeias, primárias e crescimento marcam 14.º Congresso
As eleições europeias, a melhoria do processo de primárias abertas e o crescimento consolidado do Livre após a eleição de um grupo parlamentar deverão marcar o debate no sábado e domingo do 14.º Congresso do partido, em Setúbal.
© Global Imagens/Paulo Alexandrino
Política Livre
A reunião do órgão máximo do partido, que vai decorrer no Pavilhão Municipal da Costa de Caparica, no distrito de Setúbal, arranca oficialmente na sexta-feira à noite em formato exclusivamente 'online' para a votação do regimento do congresso, com o debate político a ficar reservado para sábado e domingo.
Depois de ter alcançado o seu melhor resultado de sempre nas últimas legislativas, conquistando pela primeira vez um grupo parlamentar - Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes, Jorge Pinto e Paulo Muacho -- os membros e apoiantes do Livre reúnem-se para eleger os novos órgãos para o mandato de 2024-2026 e aprovar o programa eleitoral para as eleições europeias, marcadas para 09 de junho.
A lista às europeias está fechada e será encabeçada pelo dirigente Francisco Paupério, após um processo de primárias abertas marcado por alguma polémica e discórdias internas.
Paupério venceu as primárias com uma quantidade significativa de votos únicos de não militantes do partido, o que levou a Comissão Eleitoral a levantar dúvidas sobre uma eventual "viciação de resultados" na primeira volta e a propor que apenas militantes votassem na segunda volta -- algo que acabou por não acontecer.
O aperfeiçoamento das primárias será certamente um dos temas que marcará a reunião magna, sendo uma preocupação manifestada pelas três listas candidatas ao Grupo de Contacto (direção), órgão executivo do Livre. Alterações concretas, contudo, ficarão reservadas para um eventual congresso estatutário.
O Grupo de Contacto é composto por 15 membros, eleitos de acordo com o método de Hondt, sendo por isso certo que contará com membros de várias correntes internas.
A lista 'A' é encabeçada pela líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, seguindo-se o deputado e fundador Rui Tavares, o parlamentar Jorge Pinto e ainda a dirigente Filipa Pinto, 'número dois' às eleições europeias.
Na sua moção estratégica global, intitulada "O partido do Futuro diz Presente - unidos para um país Livre", os candidatos à direção dizem estar "investidos no crescimento do partido, focados na melhoria da cooperação interna e trabalho colaborativo e orientados para concretizar a implantação local do Livre".
"Dez anos após a sua fundação, é também chegado o momento de organizar um Congresso Estatutário para que se melhorem aspetos da organização interna e funcionamento do Livre, fazendo essa reflexão com todos os membros e com um prazo de tempo alargado", lê-se.
A lista 'B' é encabeçada pela dirigente Natércia Lopes, que faz parte da atual direção, à semelhança dos membros Rodrigo Brito e Patrícia Robalo, que na última reunião magna eletiva, há dois anos, também apresentaram uma segunda lista candidata ao Grupo de Contacto.
Na moção intitulada "Enraizar o Livre, Resgatar a Esperança", os candidatos defendem que o crescimento do partido "tem de ser feito de forma sustentada", um compromisso com "a defesa do pluralismo interno e da democracia, diálogo, participação e inclusão" e "uma forte aposta na política local e de bases", através de novos núcleos territoriais.
A lista 'C' é encabeçada por João Manso e em segundo lugar surge Irene Gomes, dois membros que no último congresso eletivo fizeram parte da então lista 'B' e desta vez decidiram avançar com uma candidatura autónoma.
Na moção "Corrente Livretária -- Por um Livre cada vez mais Livre", os candidatos pedem que a direção eleita reúna as propostas das várias correntes numa única moção estratégica de compromisso, dando voz a todos os membros e apoiantes, e pedem uma estrutura partidária "mais participada, mais horizontal, mais descentralizada, mais transparente".
A preocupação com um crescimento sustentado do Livre é manifestada, lembrando o exemplo do PAN, que em 2019 elegeu quatro deputados e voltou à representação parlamentar única em 2022 com a porta-voz Inês Sousa Real.
Neste congresso será ainda eleita a Assembleia do partido, órgão máximo entre congressos, composta por 50 membros e o Conselho de Jurisdição -- com a lista 'A' a ser encabeçada pelo deputado Paulo Muacho e a 'B' pelo membro Rui Matias.
Segundo dados divulgados pelo partido à Lusa, o Livre conta atualmente com um total de 1.900 militantes a nível nacional.
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