PCP quer ouvir Rangel no parlamento sobre situação na Palestina
O PCP requereu hoje a audição do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, para explicar a posição do Governo sobre a situação na Palestina, salientando que a ofensiva anunciada por Israel a Rafah faz "temer um massacre".
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Política Médio Oriente
No requerimento, endereçado ao presidente da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, o deputado do PS Sérgio Sousa Pinto, o PCP manifesta a "maior preocupação" com as operações militares israelitas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
"Só nos últimos dias, a aviação israelita lançou mais de 50 ataques contra diversos lugares de Rafah, onde estão refugiados 1,5 milhões de habitantes do território", lê-se.
O PCP adverte que a "anunciada ofensiva contra a cidade faz temer um massacre de grandes proporções, que configura um crime de enormes dimensões, tanto mais grave porquanto se trata de um ataque lançado sobre um povo que se encontra em situação de grande fragilidade, exausto, com fome, exposto a uma situação em que não tem saídas que lhes garantam segurança".
"Calcula-se que até agora, em resultado dos ataques israelitas na Faixa de Gaza, desde outubro, tenham morrido mais de 34 mil palestinianos - na sua maioria crianças, mulheres e idosos - e ficado feridos mais de 77 mil, além de outros milhares de desaparecidos", refere-se.
Perante esta situação, "e considerando a necessidade urgente de que a comunidade internacional se mobilize para exigir o imediato cessar-fogo, a ajuda humanitária às populações e uma solução para a paz", o PCP solicita a audição de Paulo Rangel para "dar explicações sobre a posição do Governo português e a sua atuação no plano internacional neste processo".
O Exército israelita disse hoje que mantém "operações" no leste de Rafah e que retomou a atividade militar no bairro de Zeitun, cidade de Gaza, onde, alegam, se encontram forças do Hamas.
Israel iniciou a operação militar em Rafah na segunda-feira, mas insiste que se trata de um ataque "direcionado" para a parte oriental de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 1,5 milhões de pessoas deslocadas, mais de metade da população de Gaza.
O Exército israelita ordenou a retirada de cerca de 100 mil pessoas da parte oriental da cidade na segunda-feira e, na terça-feira, assumiu o controlo da passagem de Rafah, que liga o enclave ao Egito.
A passagem é vital para a entrada de ajuda humanitária. A ONU indicou que cerca de 110 mil palestinianos de Rafah encontram-se deslocados devido à violência.
Em sete meses de guerra, mais de 34.900 habitantes de Gaza foram mortos, incluindo 15 mil crianças, enquanto cerca de 10 mil corpos continuam desaparecidos sob os escombros, de acordo com o Hamas.
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