Oposição à corrente maioritária do Livre diz que união não é "diluição"
As listas opositoras à corrente maioritária na direção do Livre defenderam hoje, no 14.º Congresso, em Almada, que união não pode significar "diluição" e pediram o fim da "era da glorificação de personalidades".
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Política Congresso
Estas posições foram defendidas pelos proponentes das listas B e C na apresentação de candidaturas ao Grupo de Contacto (direção) do Livre, no 14.º Congresso do partido, que decorre até domingo no pavilhão municipal da Costa de Caparica, no município de Almada.
A dirigente Natércia Lopes, primeiro nome da lista B, subiu ao púlpito para pedir um "partido aberto e plural".
"Somos uma equipa profundamente empenhada na defesa da essência do Livre como um partido aberto e plural. (...) A união de que precisamos não é uma união que nos dilua ou nos homogeneíze mas uma união plural de profundo respeito pelas diferenças de opinião e de perspetiva", defendeu.
Natércia Lopes, que em 2022 se candidatou pela lista B e pertence à lista minoritária presente na direção cessante, considerou que o momento de crescimento atual do partido exige "uma estratégia cuidada".
A dirigente enumerou várias propostas da sua lista, entre elas, o alargamento da discussão interna já iniciada sobre a regionalização.
"A lista B defende que o Livre apoie e prepare uma proposta de referendo à regionalização em 2026", afirmou.
A lista C, encabeçada por João Manso e que se define como a "corrente livretária", pediu um "partido partilhado" e apelou ao sonho "do poder descentralizado".
"A era da glorificação de personalidades tem que acabar, nós estamos na era do coletivo", apelou, numa intervenção na qual apontou que com a lista A, encabeçada pela líder parlamentar, Isabel Mendes Lopes, e integrada por Rui Tavares, "o que se vê é uma centralização de poder à volta das personalidades do grupo parlamentar".
João Manso defendeu que o Livre tem a "responsabilidade de ser a alternativa política no panorama político nacional que avança este sonho e o materializa todos os dias".
"Neste congresso podemos decidir avançar ou regredir neste sonho. Regredimos se tomamos o caminho de nos tornarmos um partido cada vez mais igual aos outros. Ou se imitamos a forma de fazer política desses partidos, com um excessivo foco em personagens vedeta, nas caras mais mediáticas, uma centralização de poder numa cúpula onde as pessoas que representam o partido são as mesmas que ocupam os cargos de direção partidária", criticou.
Para João Manso, "esta excessiva acumulação de cargos é sempre em prejuízo de um coletivo, de uma diversidade e de uma pluralidade".
O Grupo de Contacto do Livre é composto por 15 membros, eleitos de acordo com o método de Hondt, sendo por isso certo que contará com membros de várias correntes internas.
Os novos órgãos nacionais para o mandato 2024-2026 vão ser eleitos no domingo.
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