"Salvamos vezes de mais os bancos e vezes de mais deixamos mal famílias"

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda às Eleições Europeias defendeu um maior escrutínio à política do Banco Central Europeu.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto
23/05/2024 21:02 ‧ 23/05/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Catarina Martins

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às Eleições Europeias, Catarina Martins, defendeu a proposta de maior escrutínio "democrático" à política do Banco Central Europeu (BCE), "colocando-o na dependência das instituições democráticas da União", tal como está descrito na proposta eleitoral dos bloquistas.

"A independência dos bancos centrais é uma inovação que surge na década de 1980 e marca uma transição, porque até essa altura tínhamos tido períodos de crescimento económico, em que a política monetária tinha que responder democraticamente pelo que fazia. A partir dessa altura, deixou de haver resposta democrática na política monetária", começou por explicar a antiga coordenadora do BE, em entrevista na RTP.

Nessas mesmas declarações, Martins questionou: "Quando o BCE decidiu subir as taxas de juro de referência e com isso provocou a subida de taxas de juro das casas, numa altura de enorme aflição para as pessoas... É preciso perguntar: A quem é que o BCE responde por esta decisão?".

Para a candidata bloquista, a decisão de subir as taxas de juro "não é" de "natureza técnica", alegando que o BCE "tinha estudos que indicavam que a inflação" não estava a ser procurada pela "procura". "Havia margens de lucro que estavam a aumentar muito e era isso que estava a provocar a subida de preços", alegou.

"O BCE decidiu atacar o poder de compra das pessoas, aumentando as taxas de juro, e isso foi especialmente prejudicial para Portugal", criticou também Catarina Martins, afirmando que "a política monetária é precisamente isso, política".

Para a candidata ao Parlamento Europeu, "a questão é saber se quem está nos bancos centrais a tomar agora decisões sobre a nossa vida tem de responder por elas, ou enquanto lá está, depois de ser nomeado, pode fazer o que quer". "Na Europa, já salvamos vezes de mais os bancos e vezes de mais deixamos mal as famílias", vaticinou.

Em jeito de conclusão, Catarina Martins defendeu que "quando a política teve a coragem de se impor em nome dos povos, conseguiu responder ás crises" e "quando não teve coragem, tivemos Troikas ou temos prestação das casas a duplicar quando os salários encolhem".

A antiga coordenadora do Bloco de Esquerda é a cabeça de lista do BE nas Eleições Europeias. Na edição de 2019, os bloquistas conseguiram eleger dois eurodeputados, Marisa Matias e José Gusmão, que volta a ser o 'número dois' na lista europeia.

Leia Também: Cabeça de lista da CDU quer que BCE baixe "rapidamente" taxas de juro

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