O comentador Miguel Sousa Sousa Tavares falou, esta quinta-feira, sobre a polémica sobre a liberdade de expressão, que 'rebentou' na semana passada após considerações do líder do Chega, André Ventura.
No Parlamento, o líder do Chega falou sobre os dez anos previstos para a construção do novo aeroporto: "Podemos ser muito melhores que os turcos, que os chineses, que os albaneses, vamos ter um aeroporto em cinco anos", disse. A frase deu origem a uma polémica sobre 'linhas vermelhas' que se prolongou para esta semana, depois de o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, citar a "liberdade de expressão" dos deputados no âmbito desta discussão.
"Uma coisa é a imunidade parlamentar dos deputados e têm de a ter porque senão não podem falar livremente. Outra coisa é insultos dentro do Parlamento. Acho que André Ventura desta vez não insultou ninguém. E acho que Aguiar-Branco esteve bem. Porque se amanhã se disser 'os franceses não são conhecidos por serem bem educados ou os chineses não são conhecidos por serem um povo muito higiénico'. Isto é conversa normal que as pessoas têm cá fora", afirmou Sousa Tavares, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.
"As pessoas que ficaram escandalizadas deviam guardar a sua irritação para oportunidades melhores que certamente as vão ter em relação ao Chega e a André Ventura", acrescentou, apontando, por exemplo, para um outro episódio de que já tinha falado. Em causa esteve a presença de Ventura num congresso de ultra-direita em Espanha onde, no fim de semana - já depois de esta polémica em Portugal começar -, Ventura dizer que é preciso "dizer à Europa" que não é possível continuar a permitir a "entrada massiva de imigrantes islâmicos e muçulmanos".
"Isso é racismo e é um ataque às pessoas pela sua origem religiosa. Isso é que é grave. Essa afirmação é gravíssima", considerou.
O presidente do Chega, André Ventura, pediu hoje uma União Europeia com "fronteiras fortes" e sem "entrada massiva de imigrantes islâmicos e muçulmanos" e disse estar convencido de que será o próximo primeiro-ministro de Portugal.
Lusa | 12:38 - 19/05/2024
Recorde-se que a polémica por cá começou numa discussão no Parlamento, depois de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciar a localização e plano para o novo aeroporto. Durante a sua intervenção, o comentador considerou ainda que a comparação dos cinco anos estava errada.
"Ele está errado quanto à comparação. Quando ele diz que que os turcos que trabalham pouco fazem um aeroporto em cinco anos, nós precisamos de dez ou 12. O problema é que nós não vamos precisar de dez ou 12 para construir o aeroporto. Os primeiros cinco são prazos burocráticos. O problema está aí. O contrato feito pelo Governo com a ANA implica que nos primeiros cinco anos não há uma pedra construída. Quando começarmos a construir se calhar vamos demorar o mesmo que os turcos demoraram. Só que os turcos não estão amarrados com a burocracia monumental que nós temos", defendeu.
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