"Quando o PAN manifestou o seu apoio inequívoco à Ucrânia, fê-lo não só por razões humanitárias, porque respeitamos também a autodeterminação dos povos e porque repudiamos completamente a invasão da Rússia à Ucrânia", sublinhou.
Em declarações aos jornalistas, em Sines, no distrito de Setúbal, durante uma ação da campanha eleitoral para as europeias, Inês de Sousa Real recordou que o PAN foi dos primeiros partidos a condenar as ações de do Presidente russo, Vladimir Putin, e a defender o apoio ao povo ucraniano "em todas as frentes".
"Foi pela mão do PAN que a Assembleia [da República] recomendou ao Presidente [da Republica], Marcelo Rebelo de Sousa, uma condecoração a Volodymyr Zelensky. Portanto, lamentamos apenas que as demais forças políticas não tenham sido convidadas para a receção" a Volodymyr Zelensky, assinalou.
Quando questionada pelos jornalistas sobre a receção que o chefe de Estado e primeiro-ministro portugueses dão hoje em honra do Presidente ucraniano, a porta-voz do PAN confirmou a sua vontade em estar no encontro, apesar da ação de campanha previamente agendada à visita de Zelensky.
"Evidentemente que sim, ou seja, nós respeitamos o povo ucraniano, respeitamos a sua dor e estamos com eles neste momento tão difícil que o povo tem estado a atravessar, porque acreditamos que não só a Europa precisa de paz" como "esta guerra que temos em pleno território europeu" deve ser "ultrapassada".
No seu entender, é fundamental "que se garanta que não apenas através das sanções económicas, mas através do julgamento dos crimes de guerra que Vladimir Putin tem estado a cometer, que conseguimos de alguma forma alcançar a paz por um lado, mas também não deixar impune aquilo que tem sido o massacre feito ao povo ucraniano".
Fazendo um paralelismo com o povo palestiniano, Inês Sousa Real sublinhou que se assiste neste momento a "duas guerras" com "vítimas inocentes" que devem levar a ações de "solidariedade e para um maior esforço da reposição da paz".
Sobre a união das forças políticas no apoio à Ucrânia e na receção a Volodymyr Zelensky, a porta voz do PAN lembrou que o seu partido "respeita a Europa e quer estar na Europa", assim como "garantir o alargamento da União Europeia a países como a Ucrânia".
"Vemos nisso uma oportunidade e não uma ameaça aquilo que possa ser o nosso desenvolvimento, mas sim estando todos acompanhados dos mesmo valores a que possamos reforçar o poder da Europa", frisou.
Para o PAN, é essencial "garantir a nossa soberania alimentar e apostar também numa área de produção que muitas vezes fica para trás, como as leguminosas e cereais e sabemos que a própria Ucrânia pode trazer e aportar uma oportunidade de um novo mercado para todos os estados membros".
"Nesse sentido, lamentamos que o convite não tenha sido estendido a todas as forças políticas, mas isso não nos faz, de forma nenhuma, estar menos presentes no que diz respeito ao nosso apoio à Ucrânia e trabalhar para que quer na Ucrânia, quer na Palestina haja o reconhecimento da sua autodeterminação e que estas vitimas civis possam ter a paz que há tempo reclamam, reivindicam e lutam", concluiu.
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