Pedro Nuno Santos juntou-se hoje à campanha de Marta Temido para as europeias na Covilhã, distrito de Castelo Branco, e, em declarações aos jornalistas, deixou claro que a direita tradicional não é igual à extrema-direita, mas "infelizmente na agenda da direita tradicional têm entrado cada vez mais políticas da extrema-direita", prometendo um combate a essas políticas também no quadro europeu.
"Não é a mesma coisa e é importante que fique claro que nós não achamos que é a mesma coisa. Agora nós não podemos é ignorar que em diferentes momentos altos dirigentes do PSD ou do CDS têm tomado posições muito mais próximas do Chega do que do PS. Isso é um facto", disse.
O secretário-geral do PS aproveitou este momento para recordar alguns episódios polémicos dos últimos meses, incluindo da campanha para as legislativas, e considerou que não pode ignorar que "foram dirigentes do CDS, candidatos da AD que defenderam um referendo à interrupção voluntária da gravidez, com vontade de se voltar a proibir".
"Não me peçam para ignorar que foi um deputado que foi cabeça de lista em Santarém que fez um discurso negacionista em matéria de alterações climáticas, não me peçam para ignorar que foi um ex-líder do PSD e ex-primeiro-ministro que tratou a imigração de forma muito semelhante à forma como a extrema-direita trata, não me peçam para ignorar que foi também um ex-primeiro-ministro e ex-líder do PSD que patrocinou um livro com visões sobre a família que são mais próximas da extrema-direita do que de nós", elencou.
Segundo o secretário-geral do PS, também na União Europeia "há pontes entre o PPE e alguns partidos da direita radical" que preocupam os socialistas.
"Nós fizemos avanços importantes e compromissos importantes com a presidente da Comissão Europeia e nós não os ignoramos, conseguimos trabalhar com ela, avançámos em matérias muito importantes na UE, mas também não peçam para ignorarmos que a presidente da Comissão Europeia, apesar das coisas boas que fez connosco e com vários Governos europeus, também esteve no último ano a cortejar a Meloni, uma primeira-ministra líder de um partido de extrema-direita", acusou.
Para Pedro Nuno Santos, a única forma de contrariar esse crescimento "é obviamente um reforço dos votos nos socialistas".
"Não ignoramos que este último ano foi de 'flirt' com Meloni, aliás para usar uma expressão que está hoje no Expresso", apontou.
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