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CDU critica política de investimento "sequestrada" por modelo das PPP

O cabeça de lista da CDU considerou hoje que o país tem tido uma política de investimento público "sequestrada" pelo "modelo das parcerias público-privadas", defendendo que deixou populações à mercê dos interesses das concessionárias.

CDU critica política de investimento "sequestrada" por modelo das PPP
Notícias ao Minuto

18:26 - 31/05/24 por Lusa

Política Europeias

João Oliveira falava aos jornalistas em Vila Nova de Cacelas, no cruzamento de Vila Rita da Estrada Nacional 125, uma das estradas mais perigosas do país, segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANRS).

Em 2008, o Governo do primeiro-ministro socialista José Sócrates aprovou um projeto de requalificação desta estrada, que liga Vila do Bispo a Vila Real de Santo António, que, passados 16 anos, nunca foi concluído.

Em declarações aos jornalistas, Elsa Fernandes, proprietária de um restaurante à beira da estrada, salientou que esse projeto de requalificação previa a construção de uma rotunda no cruzamento de Vila Rita que, até ao dia de hoje, ainda não foi feita.

Salientando que tem assistido a "muitas mortes neste cruzamento", a proprietária referiu que, em janeiro de 2023, houve um acidente envolvendo três carros que fez com que a câmara municipal local tenha colocado blocos de cimento no local, o que reduziu os acidentes, mas criou novos constrangimentos para a população local.

"Nunca mais houve um acidente, mas agora os camiões carregados todos os dias de manhã vão ali à frente fazer manobras, com camiões o dia inteiro carregados, e temos aqui um turismo rural, temos um campo de golfe e um restaurante. A velocidade continua excessiva e as manobras são perigosas", disse.

Depois de ouvir estas declarações, João Oliveira defendeu que este é um dos "exemplos mais significativos" de o "país ter o seu investimento público sequestrado pelo modelo das parcerias público-privadas", salientando que o projeto de requalificação da EN125 está abandonado desde 2008.

"Se o Estado tivesse na mão os instrumentos para concretizar as obras que precisa de fazer, em vias e infraestruturas estruturantes como é o caso da 125, nós não ficávamos dependentes de contratos de entrega de concessões a empresas privadas que, a partir do momento em que há uma circunstância que já não lhes permite retirarem o que querem, desinteressam-se do investimento", criticou.

Para João Oliveira, é necessário que o investimento público "seja feito em função das necessidades das populações e do desenvolvimento do país"

"Isso exige que o Estado faça um investimento e que não o entregue ao negócio das concessionárias das PPP em função do seu interesse e da conveniência política dos governos e da vontade que têm de cortar no investimento para ajeitar as contas em função dos critérios do défice e da dívida que querem apresentar a Bruxelas", criticou.

O cabeça de lista da CDU salientou que o cruzamento de Vila Rita exemplifica que, apesar de a EN125 poder ser "uma via de serviço às populações" e contribuir para o desenvolvimento económico da região, não é isso que se está a verificar.

"É um fator de risco para as populações, particularmente do ponto de vista rodoviário, mas também de entrave ao próprio desenvolvimento da atividade económico", disse.

Em Portugal, as eleições europeias realizam-se em 09 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.

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