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"Dependência calamitosa". CDU defende política de reindustrialização

O cabeça de lista da CDU às europeias defendeu hoje a necessidade de uma política de reindustrialização nacional para retirar Portugal de uma situação de "dependência calamitosa", recordando que o país não conseguiu produzir máscaras na pandemia.

"Dependência calamitosa". CDU defende política de reindustrialização
Notícias ao Minuto

23:52 - 03/06/24 por Lusa

Política Europeias

Num discurso num comício em Alpiarça, no distrito de Santarém, João Oliveira defendeu que o aumento da produção nacional é uma "questão estratégica" para o país e que será decisiva para o seu futuro.

"Precisamos de apoio à produção nacional porque precisamos de uma economia de base diversificada. Isto pode parecer uma teoria económica complexa, mas pode ser reduzida a uma expressão que o nosso povo costuma utilizar: é não pôr os ovos todos no mesmo cesto", simplificou.

O candidato comunista salientou que, nas últimas décadas, se tem assistido a um "afunilamento da atividade económica nacional no setor dos serviços, em particular no setor do turismo", e defendeu que é preciso "muito mais do que isso".

"Precisamos de produção industrial, agrícola, nas pescas, nos nossos setores produtivos, aproveitando os recursos nacionais, as nossas capacidades produtivas para criar mais riqueza, mais postos de trabalho, para estarmos menos dependentes do exterior", sustentou.

João Oliveira defendeu que Portugal está atualmente numa situação de "dependência verdadeiramente calamitosa", que o obriga a ter de importar "medicamentos, comboios, ou equipamentos de produção de base" e que o deixa "sujeito a circunstâncias que não controla".

Para exemplificar o que considerou ser esse estado da dependência, o candidato recuou aos tempos da pandemia de covid-19 para salientar que, nessa altura, o país não produzia máscaras cirúrgicas, "quanto mais ventiladores, quanto mais equipamentos tecnologicamente avançados para dar resposta às necessidades da saúde".

"Portugal pode estar sujeito a esta dependência? Não, não pode. E precisa de uma política de reindustrialização ao país que permita ao país não apenas criar condições de uma produção industrial que dê resposta às necessidades do povo, mas que permita a modernização e o aumento do valor acrescentado da nossa produção", defendeu.

João Oliveira atribuiu o atual estado de dependências ao que considerou serem os "partidos do consenso neoliberal", referindo-se a PS, PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal, que acusou de não quererem falar de produção nacional devido às "pesadas responsabilidades" que têm sobre este assunto.

O candidato defendeu que esses partidos foram cúmplices das políticas da UE que "conduziram o país para a situação de dependência", designadamente através da "liquidação de mais metade da frota pesqueira" e aprovando uma Política Agrícola Comum (PAC) que importou para Portugal uma agricultura "intensiva e superintensiva" que considerou estar a destruir os solos nacionais e a afetar a sua capacidade produtiva futura.

Depois, João Oliveira abordou em particular os acordos comerciais que foram assinados há uns com a Ásia, para salientar que o PCP foi o único partido que se lhes opôs, por escancarem as portas desses mercados à concorrência com os setores nacionais dos têxteis, do vestuário e do calçado.

João Oliveira salientou que países como a Alemanha, França ou Itália não se preocuparam em assinar esses acordos porque os produtos asiáticos não competiam com a sua produção e permitia-lhes ter novos mercados para a sua própria economia, deixando Portugal a "sofrer todos os prejuízos na sua capacidade nacional", como "moeda de troca".

"É óbvio que fomos nós a sofrer os prejuízos e que nunca fomos compensados por esses prejuízos, como nos prometiam com a lengalenga dos fundos comunitários", criticou.

Apelando a que se vote nessa política de reindustrialização defendida pela CDU, João Oliveira reconheceu que há uma fatia do eleitorado à qual a coligação não se destina.

"Há alguns em relação aos quais não devemos alimentar ilusões: banqueiros, acionistas, especuladores, aqueles que vivam do parasitismo dentista está interessado, nenhum desses está interessado na nossa política e nós não devemos gastar cera com ruído de fundo a tentar convencê-los", disse, pedindo que se contactem "todos os outros" até ao dia 09.

Leia Também: João Oliveira lamenta ainda não ter recebido livros da IL e PAN

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