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Proposta de IRS do Governo chumbada. Chega e AD em 'rota de colisão'

A nova tabela de taxas do IRS abriu a porta a uma nova discórdia no Parlamento. A proposta do Governo foi chumbada, enquanto a do PS recebeu luz verde da maioria das bancadas. A abstenção do Chega em ambas as votações foi decisiva.

Proposta de IRS do Governo chumbada. Chega e AD em 'rota de colisão'
Notícias ao Minuto

14:33 - 05/06/24 por Notícias ao Minuto

Política IRS

A nova tabela de taxas do IRS abriu, esta quarta-feira, a porta a uma nova discórdia no Parlamento. A proposta do Governo foi chumbada, enquanto a do Partido Socialista (PS) recebeu luz verde da maioria das bancadas. Foi a abstenção do Chega que ditou a decisão e já há quem fale em "Cheringonça". O Governo, por seu turno, é acusado de "falta de diálogo" e de que "devia chorar menos e governar mais".

Os votos contra do PS, PCP, BE e Livre e a abstenção do Chega ditaram o chumbo da nova tabela de taxas dos escalões do IRS propostas pelo PSD e CDS-PP. Por outro lado a união dos votos de todos os partidos à Esquerda permitiu aprovar a tabela de taxas proposta pelo PS, enquanto o PSD e o CDS-PP votaram contra e o Chega se absteve. 

Foi, no fundo, a abstenção do partido liderado por André Ventura que determinou o resultado final e Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS, considerou que o Chega se voltou a posicionar do lado do PS e da Esquerda, demonstrando "mais uma vez que o seu parceiro político para esta legislatura se chama PS".

"Isto é a Cheringonça no seu esplendor, mas representa o pior que existe na política portuguesa", disse Núncio, considerando que o Chega assume definitivamente "o papel de bengala, de muleta do socialismo nesta sessão legislativa". O CDS defendeu que a posição do Chega  tem de ter  "consequências políticas" e ser "posta em cima da mesa". Paulo Núncio chegou mesmo a  questionar o que "pensarão os eleitores do Chega ao verem o partido a juntar-se sistematicamente à Esquerda".

O líder parlamentar do CDS-PP acusou ainda o Chega e o PS de hipocrisia.

André Ventura já reagiu às críticas do PSD e CDS-PP e considerou que o "Governo devia chorar menos e governar mais". O líder do Chega reiterou que o seu partido olha "para as propostas e não para os parceiros" e vota "pelas pessoas".

"Nós sempre fizemos política desta forma, e independentemente de ser o partido A ou o partido B, nós queremos é baixar os impostos às pessoas", afirmou. 

Por outro lado, o PSD acusou o PS de atuar contra a classe média ao chumbar a proposta social-democrata de redução do IRS até ao oitavo escalão de rendimentos e o Chega de ser "muleta" dos socialistas no parlamento.

Perante os jornalistas, o presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Hugo Soares, afirmou mesmo que a palavra do presidente do Chega, André Ventura, "vale cada vez menos".

Já o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, negou qualquer entendimento com o Chega e alertou que "era importante pararmos com isso e não dar importância a esse argumento". Para o líder socialista a questão passa pelo facto de o Governo não ter ainda admitido que "tem um número de deputados igual ao do Partido Socialista e tem de haver cedência". 

Pedro Nuno foi mais longe e acusou ainda o Governo de Luís Montenegro de falta de diálogo. "Precisamos de ter um Governo que dialogue mais, que negocie mais", afirmou ao mesmo tempo que considerou que a proposta do PSD e CDS-PP para a redução das taxas do IRS era "injusta". 

Leia Também: PS realça que IL votou o seu projeto de IRS. "Parlamento a funcionar"

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