O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva mostrou-se "muito incomodado" com a dissolução do Conselho de Administração (CA) da AICEP.
"Esta administração da AICEP, agora 'dissolvida', a dias de completar o primeiro ano de mandato, apresenta dos melhores resultados, em termos, designadamente, de atração de investimento. Não há, pois, nenhuma explicação para esta decisão, senão a sofreguidão político-partidária. O que é muito triste. É mesmo uma indignidade", argumentou, numa publicação no Facebook.
Na mesma, Santos Silva preferiu "confessar" ter ficado "mesmo muito incomodado com esta decisão do Governo de 'dissolver' o conselho de administração da AICEP", explicando: "Em 2015, quando assumi funções de ministro dos Negócios Estrangeiros, com a AICEP sob minha responsabilidade, o primeiro-ministro e eu próprio entendemos ser muito importante que a administração vigente, presidida por Miguel Frasquilho, continuasse tranquilamente em funções, prosseguindo o seu mandato com todo o apoio do novo Governo".
O antigo presidente do Parlamento acrescentou que "era uma garantia de estabilidade e confiança para uma agência que lida diariamente com empresários e investidores, nacionais e estrangeiros, com um papel decisivo na internacionalização da nossa economia, o qual requer continuidade e credibilidade".
Na publicação no Facebook, Santos Silva explicou também que, depois, "quando essa administração terminou o mandato", foi nomeada uma nova, "constituída numa lógica de continuidade, presidida por um anterior vogal (Luís Castro Henriques), o qual cumpriu dois mandatos".
"Em 2023, já estava fora do Governo, mas pude constatar, com satisfação, igual preocupação com a continuidade do trabalho e a preferência por profissionais com provas dadas: Filipe Santos Costa era o presidente da subsidiária AICEP Parques, e havia sido delegado em Xangai e São Francisco. Era e é um dos quadros mais qualificados da AICEP", prosseguiu o antigo presidente da Assembleia da República.
Para Augusto Santos Silva, "as opiniões e preferências políticas são um direito constitucional", mas "não contaram nem para manter, nem para nomear", sendo que "a competência e o empenho na política pública para a internacionalização económica, esses sim".
Na segunda-feira, o Governo dissolveu a administração da AICEP, liderada por Filipe Santos Costa, e nomeou para o seu lugar Ricardo Arroja, docente e consultor.
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